CANDIDATOS a PR
As eleições presidenciais para substituir o cada vez mais inarrável inquilino em Belém estão a umas centenas de dias de distância.
Mas há três ou quatro meses pelo menos que certos jornalistas e certos OCS e certas "Komentadeiras" se entregam a uma telenovela manhosa que nem do tipo Venezuelana é.
A bonecada em cima corre por aí, mostrando e ridicularizando Marcelo, Seguro, Gouveia e Melo (GM) e Marques Mendes.
Tenho pena que os autores do boneco não acrescentem à lista, por exemplo, outros bonecos dos (para mim naturalmente) INSUPORTÁVEIS, Augusto Santos Silva, Tino de Rans, António Vitorino, Mário Centeno, Paulo Portas, Santana Lopes, Filipe Araújo, Ana Gomes, António Araújo, e muitos outros nomes que por aí vários jornalistas e "Komentadeiras" vão apontando.
Agora, foi noticiado que o actual chefe da Marinha reuniu o Conselho do Almirantado e, certamente como habitual, trataram de diferentes assuntos inerentes a esse ramo da Forças Armadas.
Pelo que se lê por aí, é mesmo bem provável que GM tenha aproveitado a ocasião para final e formalmente dizer aos seus pares - eu já comuniquei ao governo que não quero continuar no cargo, portanto, meus caros camaradas, preparem-se, um de vós irá suceder-me.
Eu vejo muito pouca televisão, sobretudo por uma questão higiénica.
Na sexta-feira passada quando ia no carro a caminho de ir buscar um dos vários netos (trabalho de avô) fui ouvindo "O Trauliteiro" a ser entrevistado a propósito de um livro que escreveu sobre o "poder". De forma inteligente, não se colocou de fora da corrida presidencial, nem disse nada entusiasmante sobre Seguro.
Há muito que desde meados do penoso "momento Covid" que muitos falaram e escreveram sobre o ainda chefe da Marinha, elogiando, exaltando, ou denegrindo. E há muito que GM mantém em suspenso o seu íntimo desejo para o resto da sua vida. Como não podia deixar de ser, porque está no activo e a CRP e a legislação que enforma as Forças Armadas (FA) impõe e bem, que os militares enquanto no activo não podem usufruir de todos os direitos dos seus concidadãos.
Políticos vários, ex e actuais titulares de órgãos de soberania, "Komentadeiras" diversas, jornalistas, militares reformados (alguns dos quais "muito amigos do peito" de GM) etc., não têm parado de comentar, e basicamente zurzir em GM.
Nos políticos, saliento dirigentes muito importantes dentro dos partidos, desde as agremiações radicais à direita e à esquerda, até ao PSD, PS, PCP.
Parece-me haver um pouco de tudo.
Excitação, medo, receio, temor, expectativa, ansiedade, desejos, desnorte.
Creio que está pelo menos parcialmente ultrapassada a questão mas, inicialmente, o folclore passou muito por - um militar não pode ser candidato / Presidente da República. Mesmo da parte de uns quantos que formalmente tinham a obrigação de conhecer bem certas normas Constitucionais e a legislação que enforma a instituição militar, a burrice inundou durante semanas e semanas o espectro jornalístico e político.
Mais recentemente, começou o verdadeiro ataque a GM.
E agora que parece certo que ele vai deixar a vida militar activa, dentro dos partidos PSD, PS, PCP, e das agremiações radicais, o ataque passará a "fogo cerrado", para usar expressão artilheira.
Depois de 27 de Dezembro próximo, dia em que presumo haverá a cerimónia em Belém para empossar o substituto de GM para chefiar a Marinha (será cerimónia pública, como é habitual, ou será cerimónia escondida/ envergonhada, como a da posse de GM em 27DEZ 2021?), o homem vai manter-se no activo sem cargo atribuído por mais quatro meses (creio que é o que a legislação em vigor estabelece).
Tudo isto é caricato, no mínimo.
Caricato (opinião pessoal, naturalmente), o sururu que por aí vai quando, formalmente, o homem está no activo e nesta situação está impedido de anunciar seja o que for no plano político.
Uma das teclas da parte de todos os que detestam GM, e dos temerosos com a possibilidade de ele se atirar às eleições, é que se desconhece quase tudo do seu pensamento político, o que me parece muito próximo da realidade.
Mas já agora, e vou ser brutal, os imbecis que afirmam isto com a maior da desfaçatez, se fossem intelectualmente honestos, dizem aos portugueses que os ouvem e lêem que GM enquanto no activo está legalmente muito limitado.
Pessoalmente, concedo que ter alguma experiência política é relevante ainda que, olhando para trás, recordo onde nos trouxe a experiência política de todos os antecessores civis de Marcelo, e ele próprio.
Experiência política, portanto, é importante, mas. . . .
Mas olhando a Mário Soares, Jorge Sampaio (políticos experientes, peritos na conspiração, sempre defensores do PS mas dizendo sempre que não, embora Sampaio tenha sido muito menos indecente), Cavaco Silva (político experiente, defendendo a direita sem os exageros por exemplo de Mário Soares que entendeu sempre Portugal como a sua quinta), Marcelo Rebelo de Sousa (político experiente, inconsequente, cada vez mais demonstrando falta de senso comum, não confiável, defendendo António Costa para garantir um 2º mandato), tenho as maiores dúvidas quanto à exaltação que muitos fazem das qualidades e experiência políticas dos putativos candidatos civis.
Que são aspectos importantes, naturalmente.
Olho para esses políticos civis que acima listei e interrogo-me:
- puxarão pelo sentimento de comunidade, pelo amor à nossa terra, às nossas tradições, à nossa cultura?
- será que serão capazes de falar em patriotismo, que deve ser um sentimento decente, de união, e de certa maneira creio eu de equilíbrio para a nossa sociedade?
- por exemplo, quando eles jurassem guardar e fazer guardar a Constituição e as leis da República, será que depois cumpririam rigorosamente a separação de poderes? Neste aspecto, já repararam para os 10 anos de cada um dos dos inquilinos em Belém?
- falarão em defesa da Nação portuguesa, ou ficar-se-ão pelas passeatas por esse mundo fora e beberetes com as comunidades portuguesas?
- a sociedade portuguesa não estará na realidade um bocado partida à conta dos exageros de muitos partidos políticos, em que alguns não passam na realidade de umas agremiações?
- e quando olhamos para aquela competência do PR relativamente a ser o garante do regular funcionamento das instituições, que conclusões tiramos dos exemplos passados e do exemplo cada vez mais triste (opinião pessoal, naturalmente) do actual Presidente da República?
Aguardemos, que a palhaçada irá continuar.
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