quinta-feira, 19 de março de 2020

Muito  bem  recordado
(por um amigo da profissão, aqui o transcrevo pelo seu interesse histórico)

Um pequeno texto de um amigo …. em modo de esquecimento bem lembrado
O último "cordão sanitário", antes de Ovar 2020, foi no Porto em 1899, onde houve 132 mortos em 320 casos, com o bacilo de Yersin (peste bubónica). O "cordão sanitário", garantido pelo Exército (Infantaria 3 de Viana do Castelo, Infantaria 20 de Guimarães, Cavalaria 6 de Chaves, Cavalaria 10 de Aveiro) no total de 2.500 homens. Ia de Leça da Palmeira (Matosinhos) à Formiga (Ermezinde) a Valbom (Gondomar) atravessava o Douro em Avintes até Valadares ( Gaia).

Foi Ricardo Jorge que caracterizou a epidemia e o seu centro difusor (a Ribeira) tendo sido apedrejado pelos portuenses atingidos pela fome e pela falência do comércio. Houve distribuição de sopa pelas autoridades e de rancho pela tropa.

Câmara Pestana, que se deslocara de Lisboa para estudar a epidemia, foi atingido e morreu após ter feito a autópsia a um infectado ( D. Carlos visitou-o no leito da morte).

Criou-se a Direcção Geral da Saúde e Beneficência de que Ricardo Jorge foi o primeiro Inspector Geral. Estabeleceu-se a Censura á Imprensa do Porto ( Comércio do Porto, Primeiro de Janeiro, Jornal de Notícias) a chamada Lei da Mordaça. A organização da Saúde Pública entre nós resultou desse episódio.

AC

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