Desde governantes actuais aos anteriores, desde "os mandões" nas estruturas do turismo em Portugal às associações mais diversas, ou personalidades como o chefão da CGD que considerou tolos (sendo, como explicou, muito contido e benevolente) todos os que civilizada e seriamente se questionam com o actual estado de coisas, como eu, todos eles afirmam e reafirmam continuamente que sem imigração o país parava.
Quanto a estes senhores, que do alto das suas torres de marfim em que vivem e de onde olham condescendentes para o cidadão comum, não lhes conheço críticas severas por apenas se encontrarem africanos, brasileiros, asiáticos, nos ofícios de varredor, limpeza de pavimentos em hospitais, limpeza de lavabos ou sanitários nas estações de serviço nas auto-estradas, empregados de balcão em restaurantes e pastelarias, trolhas na construção civil, estufas, etc. etc. etc.
Não conheço destes senhores, falha minha certamente, uma indignação veemente junto dos sucessivos governos para que se altere urgentemente esta situação, para que também portuguesinhos de tez clara se encarreguem deste tipo de ofícios.
Ou a economia a funcionar deve ser assim, apenas asiáticos, africanos, sul-americanos a encarregarem-se desses trabalhos, e a serem assim dos mais olimpicamente pagos, como toda a gente sabe?
O turismo de massas, o turismo à bruta, é que é bom, para o PIB.
Algum eventual transtorno não tem importância nenhuma.
Por exemplo, se nos Açores e concretamente em S. Miguel, conhecidas cascatas, ou a "Terra Nostra" ficarem interditas por uns tempos porque foram sufocadas por turismo de massas e só por acaso ficaram brutalmente emporcalhadas, sim emporcalhadas no plano sanitário, isso não tem importância nenhuma.
Desinfecta-se, limpa-se, e a economia continuará a funcionar como precisamos.
Que importa que sejam africanos, asiáticos e sul-americanos a tratar dos chamados empregos menores onde tez clara quase se não vê?
Basta umas proclamações contra o racismo e a coisa passa, as almas ficam consoladas.
E eles e elas lá continuarão a limpar o chão e a economia a funcionar!
António Cabral (AC)
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