quarta-feira, 18 de dezembro de 2024

ELEIÇÕES PRESIDENCIAIS JANEIRO 2026

Estamos a pouco mais de um ano dessas eleições. 
Mas, a menos que eu esteja a ver mal as coisas, as preocupações em vários directórios de partidos políticos aumentam. 
Creio ser visível, nomeadamente no PS, um crescente incómodo, pois  creio que têm bem presente que estão quase passados vinte anos em que o inquilino em Belém não tem cor ROSA. Uma maçada!

Já escrevi e repito, muitos jornalistas, muitas Komentadeiras, vários políticos, vários titulares de órgãos de soberania e nomeadamente o tagarela mor, têm escrito, falado, comentado, afirmado, repetido, um sem número de coisas sobre alguns dos putatuivos candidatos a essas eleições. Estão no seu legítimo direito

Como é meu legítimo direito ter a minha opinião sobre eles TODOS, e observar que, nos últimos meses e em crescendo, certas dessas pérolas estão num feroz ataque ao actual chefe da Marinha, só lhes faltando dizer que o homem é mendecapto. Maria João Avilez então destila fel.

Já o escrevi, a prosseguirem assim, e presumindo que se comportarão cada vez pior (o contrário será de estranhar), se Gouveia e Melo (GM) se candidatar é bem capaz de lhe bastar ter calma, esperar, pois os que estão quase diariamente nos OCS em particular nas TV e respectivos amigos a zurzir em GM, se encarregarão de fazer com que muitos portugueses se fartem desta politiquice de merda, e elejam GM. Muitos portugueses perceberão quais são os verdadeiros e inconfessáveis receios dos directórios e seus sequazes.

É interessante, para mim naturalmente, verificar e reter dos últimos dias por exemplo isto: 
- uma entrevista do “trauliteiro“ à TSF a propósito de um seu livro recente, e a que fiz já referência em texto aqui publicado no blogue,
- notícias que aparecem nos OCS a dizer que Pedrinho vai almoçar ou jantar com António José Seguro, com Mário Centeno, certamente em separado,
- uma deplorável entrevista de António José Seguro pouco depois de Pedrinho se ter descaído a dizer que Seguro seria certamente um bom candidato,
- Marcelo a condecorar Sampaio da Nóvoa e a dizer um sem número de loas sobre o seu rival político aquando da corrida presidencial em que o venceu,
- o deputado Porfírio Silva do PS a publicar um pequeno texto a definir três características do perfil de candidato apoiado pelo PS (que já por aqui comentei) perfil que obviamente exclui Seguro,
- o inarrável “ganda nóia” nos seus folhetins Domingueiros, a demonstrar cada vez mais uma ausência de pudor e decência quanto ao que se refere às presidenciais,
- Brilhante Dias na manhã de 16 de Dezembro a chamar à atenção do PS de que tem que não cometer os erros do passado, em que da área PS houve mais do que um candidato,
- o “trauliteiro” a ter o favor de Balsemão, e publicando no Expresso passado um longo texto (a ele irei mais tarde) onde define o que deve ser e não deve ser o Presidente da República (PR),
- como cereja em cima do bolo, Marcelo voltou a fazer lastimáveis (opinião pessoal, naturalmente) declarações que se percebe perfeitamente serem dirigidas a GM mas obviamente sem nunca o citar, falando em messianismos, criticando a desvalorização dos partidos numa clara intenção de levar portugueses a acreditar que GM é contra os partidos,
- Marcelo não se coibiu de colocar mais cerejas no bolo, como por exemplo e entrelinhas denegrir alguns putativos candidatos na presença de pelo menos um deles (Centeno), sendo que o decoro é coisa cada vez mais ausente no inquilino em Belém.

Marcelo vem dramatizando as coisas, apela a que não se esqueça a diferença entre ditadura e democracia, e socorre-se por exemplo de Mário Soares. Evoca a luta dele. Evoca a legitimidade eleitoral e tem o arrojo de afirmar - que se estendeu até à eleição do primeiro Presidente civil.

Perante esta afirmação, tenho o direito de concluir que Marcelo, com mais esta frase e outras semelhantes, o que sobretudo quer que fique na cabeça dos portugueses é o repúdio por militares e desde logo GM.

Finge esta criatura esquecer-se que é PR exactamente porque os militares para isso foram decisivos. Caso contrário, continuaria maçadoramente à sombra do padrinho e da família.

"A maioria esmagadora dos portugueses hoje não sabe o que é lutar contra uma ditadura. Não sabe, nunca lutou. E por isso também não dá grande valor, ou o valor que deveria dar à democracia", considerou Marcelo.
Imagino como deve ter sido a sua insana luta contra a ditadura Salazarenta e Marcelista, sobretudo contra o padrinho, e sei lá até se não foi duríssimo com a família!

Marcelo devia era chamar à atenção de que, mesmo nos tempos em que era feliz, os problemas das pessoas muito pouco foram resolvidos, pois apesar de ter ajudado durante oito anos a virar páginas, a realidade é que o putativo candidato Centeno fez tanta ou mais austeridade que os antecessores, e por isso, agora, a saúde, a educação, a justiça, a habitação, o emprego, o ordenamento territorial, a floresta, a industrialização do país, estão como estão. Como se os problemas e as dificuldades tivessem começado em Março de 2024.

Marcelo tem o arrojo de recordar -
 que as democracias dependem de uma prioridade cimeira que se chama povo

Sendo verdade, esquece-se de recordar o que ficou registado ao longo dos anos por algumas jornalistas quanto ao que agora recorda, o que ficou registado sobre o parecer do seu ídolo de então quanto ao povo.

E quanto a planetas, Marcelo tem dado provas de que anda mais na Lua do que por cá.
No regime em que FELIZMENTE vivo, o futuro presidente, seja ele Tino de Rans, outro qualquer civil, um militar, ou um agente reformado das forças de segurança, ao ser eleito PR é porque ganhou a maioria dos votos, e daí lhe virá a legitimidade popular.

E quanto a ensinamentos, fica claro que o futuro PR não deve seguir os tristes exemplos de Marcelo Rebelo de Sousa, como eloquentemente descreveu, entre outros, Vital Moreira.

A solução para os erros e para os problemas das pessoas, não é suprimir os partidos. nem destruir o parlamento.
Mas em vez da conversa da treta como usualmente Marcelo usa urge decidir, agir. Anteontem já era muito tarde.
De conversa da treta estão os portugueses fartos, é a minha convicção.

Por, designadamente, tudo o que recordei até aqui estive hesitante quanto ao título a dar a este texto. 
Acabou por ficar o que lá está em cima mas, confesso, que me passou pela cabeça um destes:

POUR ÉPATER LES BOURGEOIS?
PARA ENGANAR a MULTIDÃO IGNARA SEMPRE SEM MEMÓRIA?
ACHAM QUE SOMOS TODOS BURROS?


Ora bem, nos últimos meses, a par dos pontapés que pelo menos semanalmente foram dando em GM, começaram a dizer que lá para Março do próximo ano e já desligado do serviço activo, GM anunciaria a sua candidatura a Belém.

Bem, se os directórios dos partidos andavam preocupados, angustiados, não sei como se sentirão agora, sabendo-se que GM já terá comunicado a quem de direito e confirmado publicamente, que ao sair do actual cargo entrega o requerimento para imediata passagem à reserva.
É assim legítimo pensar que GM dentro de poucos dias poderá dar notícia pública do que tenciona fazer na sua vida a partir de 1 de Janeiro 2025.

Pessoalmente só me rio, a imaginar a fúria de Marcelo e de outros.

Vou aguardar para verificar se sim ou não, Marcelo impõe a condecoração que, tradicionalmente, tem colocado no peito dos chefes militares que terminam os seus mandatos.

Condecore-o ou não, e particularmente se o não condecorar, Marcelo mais ajudará à eleição de GM.

O homem das "selfies" parece continuar a não perceber que já não está a encantar a multidão em 2016, e a mudar o fato de banho na praia à frente de toda a gente.

Estamos no final de 2024, e no seu tempo de feliz criatura alguma coisa se melhorou, mas muito pouco se fez.

Houve muita retórica e virar de páginas isso houve, eram felizes.
Mas os problemas das pessoas, das famílias, na maioria dos temas, pouco ou nada se alterou. Está aí quase tudo a rebentar.

A alternativa, sr PR Marcelo Rebelo de Sousa, não é continuar a dizer que é democracia ou ditadura.

A alternativa é deixar-se e deixarem-se de retórica inconsequente, de tanta vacuidade e discursos ocos e grandiloquentes; a alternativa é agir e resolver de facto os problemas dos cidadãos, da sociedade portuguesa.
Com isso solidificam a democracia, e só assim barram o caminho aos execráveis populistas.

Aguardemos.

António Cabral (AC)

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