segunda-feira, 27 de outubro de 2025

Se  EU  fala  com  TU,    TU  fala  com  EU

Começou hoje na AR a discussão na generalidade da proposta governamental para o OE 2026.

O título deste texto resume bem o notável (???) nível dos debates parlamentares. Naturalmente que é a minha opinião, discutível como todas, mas a respeitar, discorde-se ou concorde-se com ela.

Antecipadamente anunciadas abstenções, e votos contra.

Temos abstenções diferenciadas, como a socialista abstenção exigente.

Estou a falar disto porque decidi esta tarde (estarei a começar a ficar louco?) ouvir a primeira ronda.

Antes de começar a segunda e certamente igualmente penosa 2ª ronda de perguntas ao PM, saí da sala. Agora, depois de um belo jantar caseiro, de guardar o carro, ter falado com am minha muito idosa mãe vou reproduzir o essencial do que recordo.

O chefe do governo anunciou cortes nos impostos, que nenhum imposto aumenta, abates na dívida do país, crescimento do investimento, passos importantes para iniciar a curto prazo construções como por exemplo a linha férrea de alta velocidade Porto-Lisboa, ou o aeroporto na zona do campo de tiro erradamente designado de Alcochete (terreno nos concelhos de Benavente e Alcochete).

Deu umas bicadas nos irresponsáveis da tribo do maior aldrabão político dos 51 anos de regime democrático que, com cativações e o não tratar de carreiras deixou graves problemas no ensino, na justiça, nas forças de segurança, na proteção civil, na função pública e na saúde. Bicadas que me parecem ajustadas.

Depois tivemos a habitual instrumentalização por parte de Ventura, os seus habituais e deploráveis números.

Foi o caso do ISP/ combustíveis.

A oposição apontou imensas e inqualificáveis esperas nos hospitais. E não apontaram as desgraças todas. Muito disto se deve aos oito anos de Costa mas a realidade é que está quase tudo a ficar bloqueado e o governo não consegue endireitar isto.

Ventura olha nos olhos as forças de segurança, Montenegro também. Muita palhaçada, lamentável.  E agentes das forças de segurança arregimentados facilmente pelo Chega para ter uns rapazes nas galerias.

Montenegro diz querer garantir o futuro de todos nós.

A sessão teve os habituais momentos gloriosos de insultos e barulhos, barulhos e barulhos. Palhaçada habitual, um primor.

Montenegro exalta-se e responde a Ventura sobre a corrupção e a ditadura. Lamentavelmente, não houve e devia ter havido, todas as bancadas à esquerda do PSD a porem-se de pé e aplaudir o PM. Para isolar o Chega.

O PCP trouxe a cassete. Nada de novo.

O PAN irrelevante, como irrelevante Mortágua.

O Livre, por Tavares, com a vozearia e demagogia e superioridade moral habituais, e não disse qual será o sentido de voto da agremiação.

O PS, no cravo e na ferradura, com Brilhante e as suas pérolas. Abstenção exigente, mas muita e descarada ausência de vergonha na cara, esquecendo o lastro por eles deixado.

IL apontou ao monstro Estado que tem uma despesa que de facto me parece pornográfica. 

Enfim o costume.

Mais ou menos como uma ampulheta. Vira-se quando chega ao fim a areia. 

Assim é, assim continua, governos e oposições, oposições e governos.

Não saímos disto. Desgraçado Portugal e sobretudo desgraçados de nós.

AC

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