CULTURA
Olhando a cambada de fingidos (para não ser mais rigoroso) que andam por aí na vida pública e, tantas vezes, até na família afastada e certos tidos por amigos, lembrei-me deste fingidor.
O poeta é um fingidor.
Finge tão completamente
que chega a fingir que é dor
a dor que deveras sente.
E os que lêem o que escreve,
da dor lida sentem bem,
não as duas que ele teve,
mas só a que eles não têm.
E assim nas calhas da roda
gira, a entreter a razão,
esse comboio de corda
que se chama coração.
AC
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