terça-feira, 18 de fevereiro de 2020

País, CULTURA, HISTÓRIA, PATRIMÓNIO
Patrimónios: edificado, religioso, imaterial
A propósito de cultura e de património, património ou degradado, ou esquecido, ou recuperado, e o muito que se vem fazendo mais o muito que falta fazer, volto outra vez à recente decisão da ministra da cultura sobre a substituição da directora da DGPC por outro senhor, de seu nome Bernardo Alabaça.
Não conheço pessoalmente a de há anos fiel seguidora de António Costa, observei-a uma vez na aldeia numa cerimónia pública, quando ali se deslocou em trabalho político. Desconheço quem ainda é a DGPC, e desconheço o sr Alabaça que, fugazmente, cumprimentei há cerca de 14 anos em Ponta Delgada em cerimónia pública para que fui convidado por inerência de funções e de que já nem me lembro bem. Interessante mesmo, parece que não encontraram nada mais recente para mostrar o rosto do sr Alabaça que uma fotografia dessa cerimónia. 
Interessante e muito elucidativo.
Como sempre acontece, o sr foi escolhido pelos méritos que a ministra da cultura ou alguém que o recomendou (porventura um cacique conhecido lá do meio do Atlântico) entendeu que ele tinha para o cargo. 
Desconheço, não faço ideia, não tenho aptidões para avaliar a coisa, não tenho que me pronunciar. Como cidadão comum observo.
Mas, tentando raciocinar, parece óbvio que o sr Alabaça não deve andar distante do PS, parece também que tem experiência em avaliar imóveis, dizem até que no seu cargo no ministério chamado da defesa nacional o seu currículo terá sido importante, ou mesmo determinante.
Confesso que não sei se isto corresponde à realidade, e estou-me borrifando para tal.
Se o sr é mestre em finanças, se além de cargos em Ponta Delgada e no MDN andou também pelo Tesouro e Finanças, haverá certamente quem o ache qualificado para a DGPC, e haverá quem o ache desprezível para tal cargo. 
Apareceram já nos jornais críticas violentas à decisão da ministra, uma das quais da parte de um dos que se considera um dos pais da cultura e dos museus, um dos tais que existem em todas as profissões que só se interessam por altos voos e que os outros tratem das minudências práticas da vida inerentes ao funcionamento de empresas, de instituições. 
Essa reação, afinal, é capaz de ser abonatória para Alabaça, digo eu que não percebo nada destas coisas!!
Desconheço se será o dirigente ideal para a DGPC, o futuro mostrará. 
Duas hipóteses me parecem possíveis: 
> a primeira, é se para o imenso e muito rico património nacional vai prosseguir o mais possível o restauro e a recuperação e se muito do imaterial vai continuar a não ser esquecido, 
> e a outra, é o seu contrário e a alienação de património edificado para negócios.
Aguardemos, enquanto alguns donos dos museus, da cultura, e do património se revoltam (talvez também porque não existem cargos para todos, apetece-me dizer).
AC 

Ps: lembrei-me agora de uma criatura do âmbito da cultura/ património que conheci em 2008, e me entregou um cartão de visita que, em ambos os lados, tinha inscrito uma quantidade de cursilhos, especializações, workshops, pós-graduações e etc. 
Imaginava a criatura nessa altura e assim o anunciava, ir ter grandes voos políticos a curto prazo. Coitada.

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