Sobre o tempo antes do 25 de Abril de 1974 é melhor nem falar.
Olhe-se ao pós 25 de Abril, deixando de lado no entanto os tempos agitados até à posse de Ramalho Eanes.
Tivemos, depois, 10 anos dele, 10 de Mário Soares, 10 de Jorge Sampaio, 10 de Cavaco Silva, e vamos no 6º ano de Marcelo Rebelo de Sousa.
Todos eles condecoraram, aos centos, os mais diversos tipos de portugueses. Militares, cientistas, economistas, empresários, escritores, políticos, cantores, médicos, filantropos, futebolistas. etc. Ah, é claro que muitos amiguinhos.
Entre o rol imenso dos milhares de condecorados pelos nossos presidentes desta maltratada República encontram-se alguns que receberam por ser da praxe como por exemplo, ex-Primeiros-Ministros, ou militares que deixaram as chefias da estrutura superior das Forças Armadas, etc.
Foi visível em diferentes alturas desta nossa 3ª República que várias condecorações tiveram o seu quê de "esquisito". O passar do tempo tem-no comprovado.
Teoricamente, se algum dos condecorados em dada fase da vida mostrar que o seu percurso é de molde a merecer forte crítica da sociedade, a regulamentação existente dá clara indicação do que fazer até à concretização da retirada da "Prebenda" outrora recebida.
Mas, a realidade é que, em casos vários que já vieram a lume ao longo dos anos, designadamente quanto aquilo que eu designo por "banditismo financeiro", os processos de retirada de condecorações seguem sempre caminho tortuoso, demorado, escandaloso.
E, como infelizmente começa a ser cada vez mais repetitivo, habitual, pestilento, quem devia pugnar para que existisse nesta matéria transparência e decisões firmes, e sendo certo que os julgamentos têm as suas regras e a presunção de inocência deve ser respeitada, as coisas arrastam-se na "burocracia bafienta", na "tramitação a seguir" e no "vamos aguardar".
Deplorável, e a sensação que fica no cidadão comum é de que as teias forjadas e os conluios vários são a base da putrefação que alastra e é consentida. CONSENTIDA ! Oxalá não fosse real o que cito.
Mas, por exemplo, ninguém me tira da cabeça que a não recondução da PGR teve como justificação primeira o ver se se conseguia que o amigo de longa data não viesse a ser muito "magoado".
Ainda por cima, tudo isto decorre na lama bafienta e burocrática até com a desfaçatez de argumentar com as responsabilidades de outrem abaixo de si. Lamentável, mas percebe-se, oh se se percebe. Como dizia o outro, nada disto é por acaso, isto anda tudo ligado.
Ah, e a pandemia até ajuda como desculpa esfarrapada.
Verdadeiramente vergonhoso.
AC
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