sexta-feira, 30 de julho de 2021

OTELO  É  PIOR  QUE  SPÍNOLA ?
Sob este título, e na sequência do falecimento do Capitão de Abril, o jornalista Pedro Tadeu discorreu no DN num comparativo entre os dois militares. Salvo melhor opinião, grande parte do que o jornalista refere faz sentido ser lembrado, e parecem de facto existir paralelos e divergências quando analisadas circunstâncias e tempos passados.

Há muito que considero que um dos sintomas perversos da sociedade em que Portugal se transformou é exactamente do âmbito do sistema de justiça, das sucessivas injustiças, dos sucessivos casos não  investigados/ apurados/ decididos.

A queda do avião com Sá carneiro e Amaro da Costa a bordo, a morte do padre Max, a morte de muitos outros, o MDLP, a rede bombista durante e após o PREC, etc.

Pena o jornalista não ter referido alguns outros dados, porventura  interessantes, dando-lhes ênfase, e fazer até algumas perguntas. 
Por exemplo:
> Não se interrogar porque terá o Presidente da República Mário Soares indultado Ramiro Moreira? Ou estou enganado, e não foi ele?
> Não ter explicitado no artigo os nomes do Primeiro-Ministro e do Presidente da República em 1981, ano da promoção de Spínola a Marechal?
> Não ter referido que era Mário Soares o Presidente da República quando em 1987 Spínola é agraciado com a dita Grande-Cruz. Ou estou enganado?
> Porque não lembrou quem escolheu Spínola para, se a memória não me falha, estar à frente das "Ordens"?
> Porque não se lembrou de olhar para a casa militar nos dois mandatos de Mário Soares, e interrogar-se sobre isso? 
> E porque não lembrou quem eram o PM e o PR, quando agraciaram Otelo em 1983?
> E porque não se lembrou que António Guterres era o PM em 1996 quando Spínola faleceu?

Para terminar, o jornalista podia ter referido que, em regra, quando do falecimento de um ex-Presidente da República é decretado o luto nacional. 

Como cidadão nunca tive simpatia alguma pelo general António de Spínola, um cidadão com qualidades e defeitos como todos nós, com um historial que será de respeitar, evidentemente mas, para mim, longe de merecer encómios a outros negados no passado.
António Cabral (AC)

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