CULTURA
Insónia
Ó retrato da morte, ó Noite amiga,
Por cuja escuridão suspiro tanto!
Por cuja escuridão suspiro tanto!
Calada testemunha do meu pranto,
De meus desgostos secretária antiga!
Pois manda Amor que a ti somente os diga,
Dá-lhes pio agasalho no teu manto;
Ouve-os, como costumas, ouve, enquanto
Dorme a cruel que a delirar me obriga!
E vós, ó cortesãos da escuridão,
Fantasmas vagos, mochos piadores,
Inimigos como eu da claridade,
Em bandos acudi aos meus clamores;
Quero a vossa medonha sociedade,
Quero fartar meu coração de horrores!
(Barbosa do Bocage)
AC
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