sábado, 30 de agosto de 2025

TRUMP  e  OUTROS  

Respeito, SEMPRE, a opinião de outrem. Depois, discordo ou concordo. Acresce que toda a minha vida tenho seguido o exemplo de Bento de Jesus Caraça: se erro, se me engano, quando mais tarde dou por isso ou quando alguém com educação me chama à atenção, dou a mão á palmatória.

Vem estas palavras a propósito de muito do que por aí se passa.

Em todos os países é legítimo que cada um lute pelos seus interesses.

É legítimo que cada país se defenda na cena internacional.

Donald Trump não é, quase de certeza, burro completo. Mas, salvo melhor opinião, quer no desastroso (opinião pessoal naturalmente) mandato iniciado em 2016 quer neste mandato iniciado em Janeiro passado, Trump tem evidenciado procedimentos, atitudes, decisões que são difíceis de entender por um cidadão comum como eu.

Admito que, designadamente no actual mandato, as decisões erráticas que tem tomado/ anunciado quer no plano económico e financeiro, quer no plano diplomático aqui sobressaindo as suas gongóricas declarações sobre acabar com guerras e etc., parecem demonstrar cabalmente que há qualquer coisa de irreal naquela cabeça.

Pela minha parte, e designadamente no caso do Médio Oriente e no caso da guerra entre Ucrânia/ EUA/ UK/ UE por um lado e a Rússia /Irão/ China/ Coreia do Norte por outro lado, as decisões e anúncios de Trump a que se soma a "cimeira" no Alaska e depois em Washington, deixam-me as maiores dúvidas se, na vida real, no terreno, não tem havido um engonhar que beneficia claramente Israel e associados e Putin.

Naturalmente que posso estar enganado. Mas é a sensação que tenho.

Posso dizer isto, barbaridade que seja, sem qualquer problema ou consequências no plano diplomático, no plano das relações externas.

Estou a borrifar-me que exista uma larga "colónia" de portugueses vivendo nos EUA. Não tenho responsabilidades institucionais, não tenho limitações no exercício do meu direito à liberdade de expressão, à liberdade de opinião, desde que não seja execrável.

Isto que refiro para dizer que, sobre Trump, considero-o um ser desprezível, execrável. E ele não pode colocar-me um adesivo na boca, nem chatear compatriotas meus vivendo nos EUA por causa das minhas opiniões. PONTO.

Ou estou enganado? Espero que não. E não estando enganado isto que refiro não releva em nada da minha super inteligência, ou outra coisa qualquer.

A minha questão é simples: o cidadão comum respeitando os limites óbvios em sociedade, em regime de direito democrático, pode tecer as críticas que entender ou elogiar quem entender. Um responsável político, em qualquer país civilizado, tem deveres e limites que não devem ser esquecidos. Tem legitimamente direito a verbalizar as suas opiniões, mas não devem ser publicitadas mesmo quando o a sua postura decorre do óbvio.

Isto que digo creio que legitimamente se aplica a todos os países. Qualquer país com conterrâneos seus vivendo noutros países terá em princípio algum cuidado designadamente diplomático nas suas posturas sobre esses países relativamente aos quais, legitimamente, tenha reservas por diferentes razões.

Em síntese, sentido de Estado, sentido das proporções, sentido do ridículo, contenção, discernimento e nunca - maria vai com as outras.

Correndo o risco de estar a ver mal as coisas, isto que refiro atrás creio que diferencia quer países quer os seus titulares de órgãos de soberania. 

Há países equilibrados e desenvolvidos com voz coerente e respeitada na cena internacional, e há outros que não passam de uns pobretanas convencidos que são o que nunca foram, e dirigidos ainda por cima por lastimáveis e crescentemente insuportáveis criaturas.

AC

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