Pátria. Patriotismo. Forças Armadas.
Em 12 de Julho p.p., na sequência de uma 1ª parte acerca da direita política e o patriotismo, o historiador José Pacheco Pereira (JPP) prosseguiu o seu pensamento sobre o tema, e em grande parte focou muito o sub-tema Forças Armadas (FA). Registoas as frases: “ … … … .A questão das FA é que, estando como estão e como vão estar daqui a uns anos da mesma política, elas não servem para nada”……".apontá-las como peso inútil no orçamento”…….” a começar pelo ministro da defesa, fechariam o exército, a marinha, e a aviação”……."como não pode fazer isso, estraga”……..”só a muito custo conseguimos manter responsabilidades internacionais, pela busca e salvamento, pela segurança das importantes rotas marítimas que o atravessam, ou proteger os nosso bens”…...…”o desprezo pelas FA é apens um sintoma”………
Não me parece possível discorrer em poucas palavras, e com principio meio e fim, acerca de Pátria e patriotismo, e do que devem ser as FA numa sociedade democrática e desenvolvida. FA como indispensável pilar do Estado, constitucionalmente subordinadas (que não submissas) ao poder civil legitimado por sucessivos ciclos eleitorais. JPP bem salienta - “estamos por um fio no quadro dos mínimos dos mínimos das nossas obrigações”. Fico-me por breves considerações a propósito do mar.
Saliento que, “o tempo dirá tudo à posteridade; é um falador; fala mesmo quando nada se pergunta”.
Vivemos numa sociedade em que, estou em crer, a maioria acredita no que vê na TV, lê em jornais e revistas. Esquece a questão da cor da vida. Tal como o mar que, quando o olhamos, ora parece verde, azul, ou cinzento, há muito colorido nas coisas da vida, por sombria que esteja. A cor do mar depende também da profundidade, dos fundos, das algas, do encoberto do céu. Na vida, a cor depende também da profundidade com que olhamos as coisas e as "algas que nos tolhem”.
Na doutrina do politicamente correcto sustenta-se a ideia de que é perfeitamente possível pegar num pedaço de bosta pelo lado limpo. NÃO É!
Tal como não é possível que o mar não agrave a erosão costeira, que não vire barcos “maltrapilhos”. Há sempre quem não respeite o mar, quem não se prepare antes de se fazer ao largo, o que traz consequências trágicas, porque o mar aguarda sempre a conjugação de mais que uma imprudência para mostrar o seu poder.
Também na sociedade, a falta de respeito pelas pessoas é detonador de descontentamento colectivo. Há sempre quem ignore estas coisas básicas da vida. Depois surgem tragédias. Os OCS transmitem muitas vezes coisas erradas, não estudadas, não aprofundadas, deturpadas e, quantas vezes, se pode desconfiar como favores a quem lhes paga. Desrespeito pelo cidadão, portanto.
Como o mar, sempre presente, continuam por aí malfeitores e deliquentes de colarinhos brancos. Gentinha que devia ser avaliada em sede própria, pela suas negligências, irresponsabilidades, inações, fraudes, amoralidade com que exercem cargos públicos. Designadamente porque, a titularidade de cargos públicos deve pautar-se pela excepcionalidade do discurso, pela coerência das acções à luz do antes anunciado. E os cidadãos têm o dever e o direito inalienáveis de exercer, desde o primeiro dia, escrutínio constante relativamente à legitimidade de exercício desses cargos. Exactamente o que, em regra, não acontece em Portugal.
E no exercício de cargos públicos, muitos e de todas as cores, ao longo dos anos, se têm tenazmente encarregado de ir destruindo não só mas também o núcleo duro das FA. Pelo fechar de olhos (ah…..isso é com o ministro da defesa nacional…), por acções concretas, por empurrar anos e anos com a barriga a renovação material das FA em tempo adequado, e acabando por alguma coisa ser feita em tempos de dificuldades económicas mas que, ainda assim, embora não comprovado, muitos terão enchido os bolsos.
Estou num País de faz de conta, que se transformou numa grande anedota, senão mesmo num reino de filhos da ****, com uma classe política que se vai perpetuando, que concebe malfeitoriass várias, se auto concede privilégios amorais, tudo graças ao pornográfico dominio que exerce sobre os poderes legislativo e executivo. E continuada a névoa de corrupção activa e passiva. Será porque os maus são eleitos pelos cada vez mais ausentes das votações?
A amoralidade verificada no desempenho de cargos públicos tem décadas, e apesar de se assistir a sucessivos e grotescos episódios de branqueamentos passados. Desta amoralidade, não só mas muito por isso, a capacidade das FA continua a ser muito beliscada. Uma coisa são corporativismos que se devem combater, outra os pareceres técnicos das FA no aconselhamento do poder executivo e que devem ser escrutinados e criticáveis, outra ainda a realidade da vastidão oceânica onde temos responsabilidades nacionais e internacionais.
Destas responsabilidades, e sabendo que o oceano não comporta pacificamente "chatas a remos” contrariamente ao que se passa nas enseadas ou nos primeiros 100 a 500 metros das praias, estar e vigiar oceanos implica navios com capacidade oceânica e aeronaves. Quer para patrulha aleatória, quer para presença e mostrar a bandeira, quer para socorro, busca e salvamento. E para tudo issso existe a necessidade de adequada capacidade de comando e controlo, e interação com instituições e agências nacionais e internacionais.
Tudo custa dinheiro. Combatam-se corporativismos, mas olhem-se ás realidades. Ou esperam que o oceano se evapore, ou que o País seja transladado, e passe a ser rodeado de terra por todos os lados, que muito agradaria a certos pantomineiros?
Também podem prosseguir na luta internacional para nos usurparem a ZEE. Também podem prosseguir na luta para transferência para certas organizações civis as responsabilidades da busca e salvamento, e depois exercer a soberania sobre as águas através de pequeninos drones. Seria tudo tão mais barato. Mas barato barato, seria mesmo evaporar os oceanos e fechar a foz dos rios, ficando assim com grandes barragens sem recurso a PPP’s.
Recursos actuais? Recursos potenciais? Ameaças, riscos? Interesse nacional? Nah......tudo balelas que nada interessam!!!!! AC
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