"Pedro Santana Lopes, ex-líder do PSD e atual autarca da Câmara Municipal da Figueira da Foz, defendeu, em entrevista à RTP 3, esta quarta-feira à noite, que não há nenhum político em Portugal que tenha "tanta capacidade" para ser presidente da República como o próprio".
Como sempre respeito a opinião de outrem.
Relativamente a esta afirmação, a esta postura, interrogo-me se Santana Lopes tem a noção exacta de tudo o que com ele se passou.
Recordando o que se dizia sobre Mário Soares, de que desconhecia quase tudo o que respeitava aos diferentes "dossiers" da governação, só um tolo é que imagina que um Primeiro-ministro tenha de conhecer ou consiga conhecer ao milímetro todos os detalhes de um dado e complexo assunto da governação.
Outra coisa diferente é um PM não ter a capacidade, não ter o cuidado, de estar bem preparado para em público debater um dado assunto da governação.
E, recordando aquela conhecida frase sobre a oportunidade para uma boa afirmação/ para causar boa impressão, será que Santana Lopes não se recorda da inacreditável cena quando do seu discurso na cerimónia de posse como PM sucessor do desertor para a UE?
É que eu lembro-me e interrogo-me como é que uma pessoa, que na altura bastante mais nova do que hoje, que nem conseguiu ler um discurso, trocando folhas, parando a meio, aflito, será capaz de ser um bom responsável como titular de um órgão de soberania, lá porque tem um dado currículo que lhe advém de ter sido empurrado para PM uns meses, presidente em Lisboa e na Figueira (que agora repete), secretário de Estado e adorador de Sá Carneiro?
Creio que, legitimamente, posso ter muitas dúvidas sobre isso.
Claro que me podem argumentar com outros casos deploráveis de outros ex-titulares de órgãos de soberania.
Santana Lopes, como todas as pessoas, tem qualidades e defeitos. Uma coisa pelo menos tem a seu favor, não tem licenciatura obtida no ISCTE! Sendo importante, não creio que chegue!
António Cabral
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