E o RESPEITINHO no PRESENTE ?
No tempo da "outra senhora" o respeitinho era coisa decisiva, na administração pública, em toda a máquina do Estado, era característica conhecida e respeitadíssima. Ai de quem não tivesse isso em conta.
No tempo da "outra senhora" o respeitinho era coisa decisiva, na administração pública, em toda a máquina do Estado, era característica conhecida e respeitadíssima. Ai de quem não tivesse isso em conta.
Era um país de muito respeitinho, de muita reverência.
Veio o 25 de Abril e as coisas modificaram-se um bom bocado. Mas, passado o resto da década de 70 e as décadas de oitenta e noventa, voltou gradualmente aqui e acolá o velho respeitinho serôdio.
Está aí em força. Vê-se nas mais diversas actuações de muitos titulares de órgãos de soberania.
Sobre o respeitinho é elucidativo o projecto de legislação que os rosa pensavam conseguir que vigorasse a curto prazo. Por agora a coisa parece ter ficado adiada.
Atreverem-se a questionar o que dizem ou fazem certas criaturas, "qué" lá isso ?
É da natureza humana, em média, a permeabilidade, o jeitinho, o favor, então se for para "Vocelência" ou vindo de "Sueicelência". . .
Depois, temos os facilitadores. Depois temos ou não regras definidas, oleadas, transparentes. Depois temos ou não mecanismos que defendem o comum dos cidadãos, podemos ter ou não beneficio aqui ou ali.
Depois, temos os facilitadores. Depois temos ou não regras definidas, oleadas, transparentes. Depois temos ou não mecanismos que defendem o comum dos cidadãos, podemos ter ou não beneficio aqui ou ali.
E depois temos as pessoas e que quero presumir que são muitas e oxalá a grande maioria, que não estão para aturar reverências e despotismos funcionais, poderzinhos funcionais.
A terminar conto uma história verídica, vivida por quem bem conheço, passada nos anos noventa naquele edifício rosa junto ao estádio de futebol no Restelo.
Alguém por súbito contratempo surgido na família, concretamente uma cirurgia, teve necessidade de pedir para trocar o dia de serviço para que fora escalado e já publicado em ordem de serviço.
Foi falar com o funcionário que na prática elaborava a ordem de serviço e comunicou-lhe a urgência surgida.
- Ai isso não pode ser, já está publicada em ordem, . . .
- Bom vou falar com o seu chefe . . .
- Ai não sei se o meu coronel poderá . . .
Ele desandou e foi directo ao gabinete do dito coronel que seria um semi-Deus
- Sr coronel (que ficou surpreso pelo aparecimento no gabinete, sem ter havido "filtragem. . . ), tenho um problema súbito . . . .
- Ai, eu agora não posso ver isso, normalmente quer essas trocas quer ausências como a que está a colocar só com o meu . . . .
Era tudo meu para aqui e para ali, semi-Deus um, Deus outro.
Não queriam resolver o assunto, ficou evidente o que aconteceria se persistissem.
Mini história, verdadeira, contada resumidamente e sem todos os contornos pitorescos de reverência e vassalagem.
O nosso presente, o Portugal democrático, voltou a ter semelhanças com o antigamente, condecorações às toneladas, todos os que acabam o seu serviço ao país vão a Belém, sempre grandes elogios e agradecimentos. Viu-se o que recentemente tem acontecido.
Reipeitinho . . . resultados à vista.
Só pode e DEVE ser respeitado quem actua dentro das normas Constitucionais, legais, e exerce as suas competências com respeito integral pela lei, com dignidade, com decência, e serve efectivamente a sociedade que os elegeu.
Não respeito quem se serve, nem quem tem atitudes condenáveis face à lei, à moral ou à ética.
Nem respeito quem age em virtude do seu ego.
António Cabral (AC)
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