quarta-feira, 22 de maio de 2024

MUSEUS, HISTÓRIA, SOCIEDADE, CULTURA
Desde há séculos/ milénios que o ser humano coleciona coisas. 
Por achar graça ao que vê, arranja, encontra, por razões afectivas quanto ao que recebe da família e amigos, que herda, porque lhe apetece, etc.
A nível individual guardam-se as coisas em casa, em armários, caixas, no sótão, na garagem, etc.
Em sociedade criaram-se os museus onde se expõe aos concidadãos, o património, vasto, património material e imaterial.

Os museus são instituições permanentes, ao serviço de nós todos.
Com o objectivo de colecionar e conservar o património e, subsequentemente, em toda a sua diversidade, o património pode ser e é estudado, interpreta-se, permite reflectir sobre o passado, e permite partilha de conhecimentos.
Têm portanto um papel importante quanto à interpretação do passado, história, cultura, como aqui e ali terá sido a vida no passado.

Salvo melhor opinião, temos no país museus extraordinários. Ainda há dias revisitei o Museu do Azulejo em Lisboa. 

Como sempre tem acontecido em Portugal, os museus e a cultura em geral, têm tido altos e baixos no que respeita ao "favorecimento" que, desde sempre, têm tido por parte dos sucessivos governos. Muitas alturas houve em que a cultura e os museus pouca atenção e financiamento mereceram.

Do pouco que sei e recordo, a actual ministra da cultura é uma daquelas pessoas do meio museológico que ao longo da carreira teve/ tem quem a considere muito e quem a hostilize.
Desconheço se o seu afastamento em tempos teve justificação aceitável como desconheço se os seus méritos são assim tão invulgares.

A fiar-me no que se lê por aí, o que se me afigura é que a senhora já deu a entender que se propõe mexer muito no respeitante a museus, pelo menos. Quanto a outras vertentes da cultura em geral não sei.

Mas, como também sempre acontece, irão surgindo adeptos e irão surgindo críticos.
Tanto no campo de uns como no de outros há sempre umas "prima donas", uns jactantes, que destilam ora desprezo senão mesmo ódio ou espuma de endeusamento.
Ensinou-se a vida que prudentemente se deve olhar com alguma cautela para o que dizem e escrevem TODOS.

Vem tudo isto naturalmente a propósito da nova ministra da cultura e do que já verbalizou, mas vem também a propósito do aparecimento já de alguns hostis.

Como acima referi, olho sempre com alguma cautela.
Mas devo referir que quanto ao meio da cultura em Portugal, por razões que não interessam agora, é um daqueles meios que me parecem porventura mais dados a quezílias políticas e pessoais.

Tradicionalmente, as esquerdas arvoram-se nos amantes da cultura considerando a maioria dos outros como seres desprezíveis nada olhando para a cultura em geral.

Não faço ideia se se irão fomentar rupturas, pugnar por equilíbrios, parecendo-me que os tempos recomendam cautelas e caldos de galinha. 
Pessoalmente, se opinião me fosse pedida, recomendaria além dos caldos cautelas, prudência, decência, noção real das fragilidades do país, mas afastamento do politicamente correcto, enfrentar o "wokismo" e os instalados sem razão válida para tal.

A terminar, desconfio sempre dos vaidosos, dos que peroram muito e conseguiram (certamente com algum mérito também) saber viver e se passeiam nas alturas dos corredores nacionais e internacionais alcatifados, deixando para os pobres comuns tratar das coisas concretas, das minudências da vida e das estruturas.

Sendo certo que cadelas apressadas parem cães cegos, quando leio alguns hostis recordo passados deles que também algo conheci. 
Recordo, a par da sua bagagem e conhecimento, também a sua vaidade, a sua pesporrência, a sua veia discursiva manifestando arrogante e injustificável superioridade.

Se a ministra entrar a pés juntos sem racionalidade e ponderação correrá riscos desnecessários. 
Saberá efectivamente, da importância da autonomia das diferentes estruturas que tutela, dos problemas nos quadros de pessoal diverso, do financiamento necessário, mas sobretudo do imprescindível controlo global que se deve exercer, e pondo na ordem as "prima donas"?

Aguardemos.
AC

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