O presidente do Sindicato Nacional da Polícia (SINAPOL), Armando Ferreira, decidiu abandonar as reuniões de negociação com o Governo depois de a ministra da Administração Interna ter, esta quinta-feira, proposto um aumento de 180 euros para os polícias.
"Houve um compromisso, por parte do SINAPOL aos seus associados e aos polícias em geral, que a razão de nós estarmos nestas negociações era para igualar o suplemento de missão, que agora está a ser negociado para a PSP, àquele que já é atribuído aos nossos colegas da Polícia Judiciária", começou por dizer Armando Ferreira aos jornalistas à saída do ministério da Administração Interna, onde esteve reunido com a ministra, Margarida Blasco.
Para o presidente do SINAPOL, "ficou bem claro" na reunião de hoje que o objetivo não vai ser cumprido. "A senhora ministra da Administração Interna disse-nos que isso nunca vai acontecer, porque ela não tem capital, não tem meios financeiros", referiu.
Armando Ferreira confessou não acreditar que a situação possa ser revertida. "Se estamos em 180 euros e aquilo que ambicionávamos era atingir um aumento de sensivelmente 600 euros, estamos muito longe", afirmou.
Apesar de ter rejeitado comparecer na próxima ronda negocial, marcada para dia 3 de junho, Armando Ferreira assumiu que pode "rever a decisão" no caso de "receber um sinal do Governo, que seja um sinal forte de que vão haver alterações".
O que se vem passando naquilo a que se refere esta notícia fresquinha é elucidativo do estado em que estamos.
Ninguém ouviu o saudoso Medina Carreira que, se a memória não me atraiçoa disse um dia - Portugal vai empobrecer e com muito barulho!
Como ninguém quer convencer-se do que dizem várias pessoas à muitos anos (e onde me incluo) de que Portugal está a ser desgraçado desde 1991 (este marco é da minha autoria).
Como serão muitos que sabem perfeitamente porque é que Costa aumentou os juízes e a PJ, mas são poucos os que o assumem.
É que não foi por esses serem poucos, comparados com as dezenas e dezenas de milhares de militares das Forças Armadas, mais as dezenas e dezenas de milhares de agentes da PSP e GNR, mais a quantidade de gente que engloba a ASAE, a Polícia Marítima, Guardas Prisionais, etc. etc.
Foi por outras razões, ou não é óbvio?
As grelhas salariais e estatutos de todas as profissões na chamada máquina do Estado, sejam o funcionalismo público ou os servidores do Estado (i.e. magistrados, militares das Forças Armadas) estão distorcidos, e o resultado é em boa parte o que se assiste nos últimos tempos, com o virador de páginas a ter estado a aldrabar tudo e mais alguma coisa.
Só por soberba e burrice política é que se pode compreender que Luís Montenegro quisesse à viva força sentar-se em S.Bento.
Parece que ainda não percebeu. É o pântano, e não existe agora de repente.
Como disse o inarrável Gaspar nos idos da Troika - NÃO HÁ DINHEIRO, qual é a parte que não percebem?
António Cabral
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