sábado, 24 de maio de 2025

ELIMINAÇÃO  DE  PORTAGENS.
E os POLÍTICOS (??) que TEMOS !

Falar de JUNCAL

Perguntarão os estimados leitores?
O homem passou-se? 
JUNCAL, o que é JUNCAL?

Juncal terá sido uma aldeoca que, como muitas pelo país Continental, há muitos anos que não passa de um buraco! Foi aldeia com alguma vida, com gente lá antes de 1960 ou pouco mais.

Estou a falar disto por ter visto mais uns cartazes a dizer vamos eliminar as portagens.
Parece haver quem queira eliminar as portagens todas.
A minha opinião e que é discutível, naturalmente, mas a respeitar como todas, é que as portagens não devem ser eliminadas.

Defendo o regime utilizador - pagador.
Em todas as auto-estradas.
E, cumulativamente, arranjar um sistema em que as pessoas residentes em certas áreas, quem lá trabalha, tenha que pagar algo irrisório ou mesmo nada.
Nos tempos contemporâneos a tecnologia de certeza que possibilita soluções para identificar quem e as suas viaturas teriam direito a uma dada isenção.

Pessoalmente, que utilizo com muita frequência por exemplo a A 23 (uma das que já não se pagam) para me deslocar da zona da grande Lisboa até à Beira-Baixa, é-me simpático não pagar o que pagava, e que não era pouco. 
Mas considero errado, mesmo tendo casa aqui no interior despovoado. mas não resido nem aqui trabalho.

Antigamente, nas minhas andanças pelo Continente, especialmente nas minhas deslocações à aldeia de Monsanto (desde finais de 1969no concelho de Idanha-a-Nova, distrito de Castelo Branco, Beira-Baixa, usava as estradas nacionais e municipais. 
Anos mais tarde apareceu o IP 2. 
Passaram anos até que . . . .

Um dia começaram a construir a A 23, que demorou imensos anos a ficar o que é hoje.
Numa primeira fase, sentido Lisboa-Castelo Branco, o asfalto acabava numa zona em nos obrigava a sair para estrada nacional na placa que  indicava Mouriscas.

A eliminação de portagens contribui, tem contribuído, sim ou não, para acelerar o despovoamento de muitas zonas do Portugal Continental?

Eu creio que a eliminação das portagens nas ex-SCUT, pura e simplesmente, contribuiu negativamente para certas zonas, e para certas populações do interior.

Por exemplo, em muitas áreas, a ausência de pagamento de portagens levará forçosamente, é minha convicção e oxalá esteja errado, á rápida condenação de zonas e aldeias que eram passadas/ visitadas por quem, por exemplo, viajava no IP2, ou no IP4, ou na N 2.

Estou convencido de que o despovoamento se acelerará.
Estou convencido de que haverá (creio que é há tempos já a realidade) forte e negativo impacto na restauração, no pequeno comércio,  pequenas indústrias, bombas de combustível da beira da estrada, etc.

Estarei errado?

Voltando ao juncal para acabar.

Creio ter sido 2012 ou 2013 que de regresso para Lisboa fiz o que pensara fazer há tempos, saí da A 23 e fui à localidade Juncal.
Naquela época tinha 3 pessoas.
Parei o carro junto a duas, um idoso muito idoso, sentado num banco, observando e conversando com quem cortava com machado pequenos todos de madeira em cima de cepo enorme.

A conversa foi mais ou mensos assim:
Bom dia, como estão?
Há aqui algum café onde possa beber uma bica?

Silêncio por segundos, largo sorriso nos dois homens e o do machado:

Não meu amigo, não há cá nada disso.
Mas se desejar eu arranjo-lhe um café de cevada, na minha casa, aquela ali ao fundo, é de cevada mas muito bom.

Recuperado da "descrição" do sítio,

Não muito obrigado, não se incomode . . . .
Desculpe a pergunta, quantas pessoas vivem na aldeia?

Três, nós os dois e a minha mulher que está em casa.
Eu sou engenheiro civil, entre outras coisas, andei na construção da A-23, tenho aqui aquela velha casa, habitável, das poucas em condições. Isto está deserto.

Muito obrigado, eu tenho de ir andando.

António Cabral

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