Existem vários tipos de bolhas.
A bolha que por vezes nos assalta ao longo da vida, por exemplo nas mãos ou nos pés, uma pequena bolsa de fluido corporal dentro das camadas superiores da pele, causada por uma fricção forçada, ou queimadura, ou por exposição a produtos químicos, ou derivada de uma infecção.
A maioria das bolhas fica preenchida com um líquido claro, seja soro ou plasma.
A bolha que é uma estrutura globular, cheio de gás, que se forma em qualquer substância líquida ou pastosa por exemplo ao ser agitada ou, na sequência de aquecimento até à ebulição.
A conhecida bolha especulativa, ou financeira, que resulta de o valor de um determinado activo se afastar imenso do seu real valor.
A conhecida bolha especulativa, ou financeira, que resulta de o valor de um determinado activo se afastar imenso do seu real valor.
Mas existem outras bolhas na sociedade, em todas as sociedades, mas o que me interessa é o que se passa na sociedade portuguesa.
A minha experiência de vida e o decorrer dos últimos 30 a 35 anos evidenciam claramente (para quem estiver atento), a existência de muitas outras bolhas. Algumas verdadeiramente cancerosas para a vida da sociedade portuguesa.
Adicionalmente, muitos elementos de certas bolhas ou têm ligações a outras bolhas ou têm mesmo assento nelas, pertencem-lhes também.
Que outras bolhas podemos considerar?
Por exemplo as que constituem certas organizações "discretas", as do mundo da "comunicação social", da "alta finança", as "corporativas-profissionais", muitas bolhas.
Estou a lembrar-me dos meus tempos de vida profissional activa, em que durante quatro anos convivi profissionalmente com determinadas camadas da nossa sociedade e, também, com o mundo das representações diplomáticas acreditadas em Portugal.
Recordo desses tempos algumas pessoas que cirandavam (como eu tinha de fazer muitas vezes também), pelas embaixadas, pelas festas, pelas celebrações, pelos jantares, pelas recepções.
Algumas dessas por aí continuam proeminentes, e duas ou três delas nos entram em casa pelos aparelhos de televisão.
Maçador, muito maçador. Mas que eu raramente os vejo.
Com o passar dos anos, pelas relações sociais e pelas relações inerentes à carreira, cada vez estou mais convencido que são certas bolhas e as "discretas" que comandam este tão mal tratado Portugal.
Quantos dos portugueses estarão bem cientes do estado real do país?
Quantos dos portugueses estarão bem cientes do estado real do país?
E do que vai pelo mundo?
Há uma palavra que não me sai da cabeça, alheamento.
Quanto aos directórios políticos e as suas arrudas, quantos portugueses se apercebem que eles, quer em campanhas eleitorais quer fora delas, eles circulam e passeiam-se sempre em certas zonas e sempre das mesmas vilas e cidades, ou seja, nas bolsas de onde podem vir votos?
Conhecem realmente o país?
Veremos os próximos capítulos.
António Cabral (AC)
Sem comentários:
Enviar um comentário