Portugal teve de novo uma noite eleitoral.
Oa resultados terão sido surpreendentes.
Talvez não para todos, como é o meu caso.
Não acertei em tudo:
- acertei quanto a uma grande derrota do PS.
- acertei quanto à cada vez maior irrelevância do PAN, BE, PCP
- acertei quanto a uma ligeira subida do Livre
- NÃO acertei quanto a AD, Chega, IL
- NÃO acertei, supus que AD crescesse mais
- NÃO acertei, supus que IL estagnaria ou decresceria
- NÃO acertei, supus que Chega diminuiria um pouco
Nos meus concidadãos reinarão os sentimentos e as emoções mais díspares.
Para uns houve um terramoto.
Para outros ter-se-á feito justiça, que o povo falou.
Para vários, votantes houve a cumprir o seu dever por fé, por raiva, por revolta, por seguidismo de seita, por perfeita lucidez e esclarecimento, por desinteresse, por cobardia, etc.
Que se abriram portas ao fascismo.
Haverá quem argumente que não houve grande mudança, outros dirão que houve.
A minha questão continua a ser, como é, de facto, a sociedade portuguesa ao fim de 51 anos de regime democrático, onde felizmente vivo? O que são os portugueses do presente?
Que realidade?
Parece-me óbvio que Lisboa, Porto, Setúbal, Coimbra serão uma coisa, o interior, o resto, fora das bolhas, coisa outra.
Se no pós 25ABR74 havia 30 a 40 % de analfabetos, quando a mortalidade infantil era elevada, quando a miséria campeava por imensas partes do país, quando em muitas áreas crianças e adultos andavam descalços, quando o número de alunos nas faculdades então existentes era reduzido, quando a cultura era um bem escassíssimo, etc., etc., etc., etc., etc. . . . . esse Portugal para lá do Marão, esse Portugal da ilha do Corvo, do interior Algarvio, do Norte da Madeira ou do Norte de S.Miguel, esse Portugal, o que é hoje?
O que são hoje esses Portugais?
Do racismo então existente aqui e ali a, certos ódios, às mentiras na sociedade, aos três F (família, fado, futebol), às tremendas desigualdades, à dificuldade no acesso à educação, ao cuidado (??) aos idosos e às crianças, aos cuidados de saúde etc., qual é a verdade em Portugal, hoje?
Qual a verdade real, e não a dos partidos políticos, em que uns dizem que se resolveu praticamente tudo o que havia a fazer, e outros que se está pior que então?
Qual a verdade real, e não a veiculada nas redes sociais, e na comunicação social?
Antes de 25 de Abril de 1974 quantos portugueses conheciam bem a Constituição de 1933, independentemente do que ela era e consagrava, independentemente de ser uma lei retrógrada gizada para manter o Estado Novo?
Hoje, quantos portugueses conhecem a nossa Constituição, que consagra direitos fundamentais, que é uma Constituição moderna e consagra o Estado de direito democrático?
Infelizmente quase todos gritam - os meus direitos!
E deveres?
De cada um de nós, para connosco, para com o "outro", para com a sociedade?
Sim, sei que a CRP tem alguns aspectos que, também para mim, colocam dúvidas no presente.
Mas, REVISÃO CONSTITUCIONAL?
No nosso angustiante e difícil presente, é este o problema nº1 da sociedade portuguesa?
IL e Chega querem com isto o quê? Tenham vergonha.
Vivemos (opinião pessoal, naturalmente) com muitos analfabetos políticos com curso superior, com vaidosos e arrogantes que na maioria dos casos desde que integraram "as jotas" sempre têm vivido da política ou seja à mesa do OE.
Nunca trabalharam, por conta própria ou por conta de outrem.
Vivemos num país onde se batem palmas ao execrável (opinião pessoal, naturalmente) Ventura porque ele “diz verdades”.
Vivemos num país onde se batem palmas ao execrável (opinião pessoal, naturalmente) Ventura porque ele “diz verdades”.
De facto, quanto aponta dificuldades na justiça, ou na economia, ou quanto aos reformados, ou quanto às forças Armada e forças de segurança, creio que tem bastante razão.
Mas que medidas concretas? Onde estão, bem explicadas?
O cigano será ladrão?
O cigano será ladrão?
Há muitos que o serão, como serão muitos portugueses branquinhos.
A imigração ilegal, a imigração de portas escancaradas de Costa e Carneiro é um facto.
O que se viu na TV neste Sábado 24 de Maio sobre os restaurantes asiáticos clandestinos em Lisboa é apenas um corriqueiro e deplorável exemplo. Dos imensos que persistem.
E que os governos não eliminam, pura e simplesmente.
Como não eliminam os ameijoeiros do Tejo, por exemplo.
Creio um facto indesmentível que o vergonhoso trabalho do PS e do PSD, especialmente desde 1995, levaram a isto que obtivemos na noite de 18 de Maio.
Creio um facto indesmentível que o vergonhoso trabalho do PS e do PSD, especialmente desde 1995, levaram a isto que obtivemos na noite de 18 de Maio.
Estou convicto que a hostilização que António Costa votou ao PSD e inerente engorda do Chega, é a grande mãe do quadro político resultante em 2024 e 2025.
LAMENTÁVEL.
O povo escolheu.
Como SEMPRE, respeito a opinião de outrem.
Democraticamente respeito a escolha dos meus concidadãos.
Mas, legitimamente, estão conscientes do que fizeram?
Aguardemos.
António Cabral (AC)
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