A VIDA
Por experiência própria, sei-o bem: a vida é quase sempre muito dura.
O ano de 2024, por exemplo, foi um ano muito complicado, foi um ano terrível no plano familiar e no plano dos amigos mais chegados.
Em 22 JUN2024 perdi um dos meus melhores amigos. Depois de lhe ter sido tirado quase um pulmão e sucedendo-se as complicações, durou quase oito anos. Eu recuperava de uma intervenção cirúrgica, em 3 de Junho, fiquei abaladíssimo.
Foi mais uma ocasião, das várias que se vinham verificando desde um pouco antes da pandemia, em que verifiquei um facto insólito: não consegui chorar, na morte de um dos mais chegados amigos. Não foi a primeira vez.
Devo ter esgotado as lágrimas em 27 de Agosto de 2009, e nos dias seguintes: o meu irmão Jorge partiu, ao fim de oito meses e oito dias após diagnosticada uma leucemia das mais agressivas.
Desses amigos mais chegados, entre civis e alguns militares, já tinha perdido há anos um deles, o Luís, professor catedrático de história.
O resto do 2024 não foi nada brilhante, familiarmente muito difícil.
O início de 2025 começou pessimamente, funerais atrás de funerais, até finais de Março.
O mais trágico, o do meu melhor amigo (desde 1969), médico, viúvo desde Janeiro de 2014.
Homens da minha profissão, sobretudo mais velhos mas também pelo menos um mais novo, têm falecido.
Acabo de saber que faleceu um dos do meu curso.
António como eu, um homem de sorriso aberto e franco. Há muito que o não via. Quando nos encontrávamos, sorriso rasgado e para começar dizia-me sempre - homónimo, estás bom?
Partiu mais um, dos meus. É uma notícia muito triste.
Nem uma porra de uma lágrima me assoma aos olhos.
Descansa em paz, António José.
AC
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