O MELHOR PRETEXTO
É tão frágil a vida,
tão efémero tudo!
(Não é verdade, amiga,
olhinhos-cor-de-musgo?)
E ao mesmo tempo é forte,
forte da veleidade
de resistir à morte
quanto maior a idade.
Assim, aos trinta e sete,
fechados alguns ciclos,
a vida ainda pede
mais sentimento, vínculos.
Não tanto os que nos deram
a fúria de viver,
como esses descobertos
depois de se saber
que a vida não é outra
senão a que fazemos
(e a vida é uma só,
pois jamais voltaremos)
Partidários da vida,
melhor: do que está vivo,
digamos "não" a tudo
que tenha outro sentido.
E que melhor pretexto
(quem o saiba que o diga)
teremos para viver
senão a própria vida?
Mas a cambada que por aí anda entende assim: qual viver a vida porque é vida, viver a vida sim mas no melhor do mundo, das negociatas em família e amigos do peito com ou sem avental, negociatas à conta do Estado, esteja lá ou não esteja (os que dizem que não está lá familiar esses então são mesmo do pior, velhacos) algum familiar, de cama ou só de mesa.
Desgraçado país, desgraçados dos cidadãos comuns, com esta canalha a fazer contratos há anos, a roubar a sociedade.
Uns declaram algumas coisas de que se lembram mas não se lembram de outras, desconheciam......coitadinhos.
E ficam à espera de pareceres que os salvem, que salvem esta cáfila toda.
LITERALMENTE, a ROUBAR.
O' Neill sonharia que isto viria a acontecer?
AC
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