domingo, 29 de janeiro de 2023

PROFESSORES

Sou relativamente ignorante em relação a vários aspectos da carreira de professores.

Para mim há professores, no ensino básico, no ensino especial, no ensino secundário, no ensino universitário. Provavelmente estou a esquecer-me de alguma coisa.

Mas há coisas que sempre me fizeram espécie, como:

> um professor mora, por exemplo em Almada e, num dado ano é colocado em Vila Real; além do vencimento normal inerente à sua categoria na carreira, recebe alguma subsídio mensal para fazer face à deslocação, à necessidade de encontrar pelo menos um quarto digno onde habitar, para transporte? Dizem por aí que não recebem nada. Subsídios só para os políticos, não é verdade, mesmo para aqueles que tem casa em Lisboa mas declaram a casa em Trás-os-Montes, certo?

> ainda hoje ouvia no rádio do carro a questão da chegada ao topo da carreira. Ora, como em todas as outras profissões, obviamente que a maioria não chega ao topo da carreira, veja-se, os médicos, os militares, os juizes, etc.

> leio por aí inflamadas declarações contra os serviços mínimos que terão sido decretados para execução dentro de dias. Recordando que pouco sei da carreira dos professores, a questão de serviços mínimos só se pode aplicar por exemplo a bombeiros, pessoal do sistema de saúde? Ensinar crianças e adolescentes é pouco relevante? Enfim, reconheço que pouco percebo da carreira de professores.

> devo estar distraído, mas não noto nos professores universitários idênticas reclamações (muitas creio que mais do que justas) dos professores até ao ensino secundário.

Mas há coisas que sei: 

> os professores, como muitos outros profissionais de muitas outras carreiras, estão mal pagos, são sucessivamente desconsiderados, e o que é curioso (??) é ver que partido esteve mais tempo no poder nos últimos 30 anos a desconsiderá-los.

> alguns dos meus sobrinhos netos no 8º não terão este ano lectivo mais aulas de português; o ano passado tiveram falhas a português matemática e inglês.

> o meu neto mais velho não teve várias aulas de várias disciplinas no 11º e 12º anos.

> a educação, e o que há anos se passa como, faltas de professores, os programas sempre cada vez mais facilitados, e as avaliações cada vez mais inacreditáveis de serem coisa nenhuma séria, farão com que Portugal daqui a 10 anos e em diante vá ser muito provavelmente um país cada vez mais atrasado, menos desenvolvido, mais pobre, mas com belíssimas cadeiras de cidadania e etc.

Infelizmente não posso é fugir daqui levando filhos e netos.

AC

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