O Estado Novo teve o seu fim com o, felizmente, bem sucedido golpe militar ocorrido no dia 25 de Abril de 1974.
Golpe militar que rapidamente se transformou numa revolução designadamente pela grande adesão popular.
Muitos concidadãos e designadamente os militantes do PCP estavam mais preparados para activamente participarem e manobrarem na nova era da história de Portugal.
Depois, o país viveu um período muito agitado, política social e militarmente.
Houve o tristemente famoso PREC.
Houve, desde 25 de Abril de 1974, muitos eventos, muitos acontecimentos, muitos tumultos, muitos alinhamentos e discórdias, políticas e militares.
Porque porventura mais controversas, ficaram como relevantes na história recente as datas de, 28 de Setembro de 1974, 11 de Março e 25 de Novembro de 1975.
Para mim, estas três datas continuam incompletamente explicadas e com rigor identificados os seus mentores, acções e agentes executantes.
Houve muitos mais episódios, e agitações, e tentativas de parar certos processos.
Entre vários outros, infelizmente, não estão entre nós, Melo Antunes, Salgueiro Maia que, se assim o quisessem, podiam clarificar muitas coisas.
Mas estão vivos outros, que também muito sabem, que até hoje e que eu saiba, não explicaram TUDO publicamente, com todo o rigor e isenção.
E refiro-me, à génese, ao desenvolvimento dos processos, os intervenientes políticos e militares, quer nos processos que levaram às datas acima referidas, quer na sucessão de acontecimentos como certas manifestações por exemplo o cerco à Assembleia, e a vida do conselho da revolução até à sua extinção.
Uma extinção ditada pela aprovação e entrada em vigor da alteração Constitucional de 1982.
Extinção que, ao contrário do que alguns afirmam, não creio ter sido assim tão facilmente voluntária.
Naturalmente que posso estar completamente equivocado.
Mas há marcos importantíssimos e decisivos na nossa história mais recente.
Recapitulando:
- 25 Abril 1974 - golpe militar
- 25 Novembro 1975 - restabelecimento de paz nas ruas, de disciplina nos quartéis, e aberto o caminho para o normal funcionamento de instituições
- 2 Abril 1976 - aprovada a Constituição da República Portuguesa
- 25 Abril 1976 - primeira eleições legislativas
- 27 Junho 1976 - primeiras eleições presidenciais
- 27 Junho 1976 - primeiras eleições regionais, Açores e Madeira
- 23 Julho 1976 - nomeação, posse e investidura do primeiro governo constitucional
- 15 Outubro 1976 - início da primeira legislatura da AR
- 12 Dezembro 1976 - primeiras eleições autárquicas
Estou a falar disto tudo e a recordar marcos históricos depois de ter ido rever os discursos proferidos na Câmara Municipal de Lisboa, no passado dia 5 de Outubro.
As comendadeiras do regime, algumas super avençadas, fazem legitimamente as suas leituras.
Houve ou não recados vários, Marcelo lançou ou não Moedas, Costa sentiu-se ou não atingido, etc. Estou-me nas tintas.
Por mim e para mim, 25 Abril 1974 e 25 Novembro 1975 significam, ambos, LIBERDADE, DEMOCRACIA, ESTADO de DIREITO.
Enquanto não ficar 100 % clarinho o que foram, o 28 de Setembro, o 11 de Março de 1975, e o 25 de Novembro de 1975 ou seja, quem foram todos os mentores e não apenas uma cabeça, as géneses e combinações, os desenvolvimentos vários, e o abortar de certos processos, embora haja uma história oficial sobre essas datas, elas foram para mim em certa medida puras operações de bandeira falsa.
Para os mais desatentos, infelizmente a esmagadora maioria dos meus concidadãos, lembro que operação de bandeira é um acto hostil.
É um acto que é desencadeado com o objectivo de ser atribuído a outrem, alguém /instituição, que não é o seu verdadeiro autor.
António Cabral (AC)
Sem comentários:
Enviar um comentário