quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Em Portugal há de tudo.

Há imensos cidadãos que felizmente acedem ao ensino  universitário. Alguns, depois, tem oportunidade e possibilidade de lidar com, MBA, doutoramento, pós-graduação, refrescamento, actualização, etc. 
Ou seja, a maioria dos cidadãos leva percursos que se entendem. Alguns, infelizmente, por razões financeiras, não conseguirão prosseguir, o que é sintoma das doenças do País.

Mas há uns quantos, e se calhar nem tão poucos assim, que fazem frequências universitárias, mas não as acabam; saltitam para outras, mas também não as acabam; passam uns tempos, e eis que se inscrevem em certos MBA, mas que também não acabam; etc, etc, etc. Um grupinho que anda por aí.

Dizem-me que na Assembleia da República se encontram alguns destes casos curiosos, que eu chamaria então os saltitões
Já nem quero falar dos diplomas de Domingo, ou de aulas nos cafés, ou diplomas comprados ou saídos na farinha Amparo, ou dos inacreditáveis créditos que serão dados por tudo e por nada.

Como cidadão tenho muitas dúvidas sobre as orientações (???) que continuam a sair do Ministério da Educação. Deste, e dos anteriores, todos. Quanto a educação tudo isto me recorda o louco em alta velocidade na estrada, aos ziguezagues quilómetros a fio. 

Não tenho dúvidas que a investigação e a ciência são determinantes para o desenvolvimento a prazo de um País.

Tenho muitas dúvidas sobre a bondade da maioria dos sindicatos, sobretudo quando vejo À sua frente sempre os mesmos dirigentes anos e anos a fio.

Creio fazer todo o sentido haver um sistema de atribuição de bolsas e incentivos à investigação.

Mas fica-me a sensação, respeitosamente, de que, a par de cidadãos muito capazes e que seriamente trabalham em ciência e investigação, é capaz de haver também uns poucos que possam ter decidido que ser bolseiro devia ser o seu modo de vida. Toda a vida. Repare-se outra vez, nesta altura, o que acima referi acerca do ME.

É uma conclusão exagerada? Talvez. 
Mas ouvir relatos na TV de que, ao fim de treze ou mais anos se perdeu a bolsa, e não saber o que fazer, sugere pensamentos como o meu. Admito que se deva ponderar melhor sobre o assunto.

Mas, desculparão, ocorre-me cada vez mais aquele cartoon da I República, de uma porca gordalhuça a aleitar muita gentinha. 
Será que em muitos sectores da sociedade portuguesa, não se continua um pouco assim? 

E, já agora, para referir caso real, recordo também uma pessoa conhecida, anos atrás perguntada sobre o que reverteria para a faculdade respectiva e para o País das suas constantes idas ao estrangeiro (congressos, etc) que me respondeu, com a maior das naturalidades - "isso é para o meu curriculum". 

Sei bem que a árvore não faz a floresta. O meu problema de cidadão é que precisava de poder conhecer muitas mais "árvores", mas não as escassas que estão sempre a debitar para os microfones. Por isso continuo com tantas dúvidas. 

Continuo a ver muita gente esganiçada, aos gritos, sempre sem dúvidas. De políticos a cidadãos comuns. 
Uma pena, porque constato que muito continua na mesma. 

AC

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