sexta-feira, 26 de setembro de 2014

No País com cada vez mais imparidades.

No meu desgraçado País continua, sem fim à vista, a saga das dúvidas, das insinuações, da rasteirice política. Rasteirice dos políticos, mas também dos que se ofendem com isto ou aquilo, e também de muitos jornalistas e comentadeiras.

Vem a propósito do actual PM, que continua a pretender passar a ideia de um ser impoluto, mas em que, parece-me, a cada cavadela, saltam não uma mas várias minhocas. 
Mas, uma desgraça nunca vem só, se cavarmos noutros terrenos, do colorido representado na AR, e do que lá não está representado, saltarão minhocas de todas as cores do arco-íris. 

O que me parece ser a questão central, não é por causa do PM, não é por causa do também tristemente famoso anterior PM, mas é por causa "deles todos"
Hoje fiz mais um zapping pelos jornais, e por blogues. 
As minhas conclusões, e já com o lastro do historial de anos, e mesmo desconfiando sempre dos "media", são:
1. Clarinho, como água turva, o que se passa à volta do passado do actual PM;
2. Clarinho como água ainda se calhar mais turva, a vidoca do anterior PM;
3. Clarinho como água muito turva, muito escurinha, e cheia de limos e salmonelas, as historietas da esmagadora maioria dos deputados, e políticos, e porteiros abre portas, e facilitadores, face ás sucessivas alterações de leis, e regulamentos, e etc. Ah, .....dizem-me, olha que foram limando os exageros, as pouca vergonhas, etc! Pois.

Quando um figurão acusa outro, em público, de que é apoiado por um certo figurão que se estampa ao comprido em relatos e entrevistas, dizendo as verdades todas, sobre coisas que toda a gente sussurrava há anos, por todo o lado inclusive nas redações, em vez de peremptoriamente dizer - "não me revejo nesse senhor" - nah, népias!!!! 
Fica a conclusão, que tiro, e creio que legítima. 

Estou convicto, e não é de hoje, infelizmente, que o sistema está podre. O que se passa, há décadas, na AR, é bem elucidativo do sistema, do compadrio, da corrupção que grassa por aí, e para a qual trataram, em tempo útil, de criar uma teia quase impenetrável, impeditiva de se conseguir demonstrar o que por todo o lado se ouve sussurrar.

Antigamente, diziam que as Forças Armadas eram o espelho da Nação. Creio bem que o espelho, hoje, está em S.Bento e em Belém, e em certas fundações.

Estou completamente farto dos cabelinhos brancos que aparecem nas TV a sorrir e bater no peito, quando se conhecem algumas das pouca vergonhas executadas na faixa litoral. Agora, provar em tribunal, ......pois,........ trataram de acautelar tudo. É impossível, pois é. Mas, politicamente, quando os vejo nas TV, como cidadão, também sorrio, e porque conheço algumas obras realizadas, digo, que grande bandido.

Tal como estou farto do moralista em público, mas cuja família e certamente com a sua orientação técnica silenciosa, no recato, tratou de se locupletar com tudo o que deveria também caber a outrem. Bandidos, é o que para aí há mais. Mas o sistema............

Zurzo na classe política? No "eles"? Pois assim faço, mas porque conheço inúmeros exemplos, do que para aí se tem feito, nestes 40 anos. Comendadores e quejandos! Santa paciência. E não me venham perguntar, porque não denuncia? Não faço coisas anónimas.
E para provar é preciso ter os documentos. Pois os documentos, ora desapareceram, ora outra coisa qualquer. Além de que não é por acaso que códigos foram sendo alterados, sempre, naturalmente, com os melhores e mais elevados propósitos.

Mas recordo as formações, e os fundos europeus. Só para citar um caso célebre. 
Vou anotando, por exemplo, as assistências ás Assembleias de Freguesia e Assembleias Municipais a que posso e devo assistir. Assistência ridícula. 

Ainda em Setembro passado, ouvi e vi lágrimas de crocodilo de um autarca sobre o decidido fecho de uma escola. Vai-se a ver, e a autarquia também não me parece que esteja muito bem na fotografia. Mas a culpa é só do ministro, ministro que, aliás, creio que devia ter sido dispensado há muito.

Distância entre eleitores e centros de poder, entre mandantes e mandados? Emprego estes termos de propósito. Cada vez maior afastamento, evidentemente.

Quando, por exemplo, como uma vez fiz, se fazem perguntas sobre PRODER e programas de que se ouviu falar estariam a ser apoiados, a resposta nem foi esdrúxula, foi nojenta. 

Quando se assiste a uma conferência, e depois se solicitam informações adicionais a um sr Professor Doutor, e a resposta é o silêncio, a conclusão não pode ser senão uma, que por uma questão de higiene não descrevo.

Quando se assiste a uma outra conferência, em que um dos oradores se permite dizer dislates populistas e ninguém dos promotores da conferência procura, cautelosa e educadamente, minimizar os estragos que, creio, junto da assistência foram causados por aquela intervenção, fica também tudo muito claro, designadamente quanto aos promotores da conferência e seus não confessados propósitos de médio longo prazo.

É que os bebés não chegam de Paris. Acreditem. Se quiserem saber o que se faz ao bico da cegonha depois de trazer o bebé, eu posso explicar. Depois.

Pois "eles" "andem" por aí, e tudo estão fazendo para por aí continuarem. 

Claro que os jornalistas podiam, se quisessem, e acho que deviam, fazer uma investigação profunda à podridão que grassa. Quiseram agora começar pelo actual PM.
Nada contra, bem pelo contrário.

Penso que as notícias periódicas, que de vez em quando saem, sobre certos políticos, não levam a quase nada pois, normalmente, só preenchem a agenda mediática, folclórica. Ainda que muita verdade e podridão possa estar à vista.

Mas deviam investigar, começando pela AR, o que se passou ao longo de décadas, com todos os 20 primeiros deputados, de todos os partidos. Ou seja, apanhar de todos os partidos umas dezenas dos nomes mais sonantes, aquilo que o povo designa por maiores figurões.

Avaliar, as moradas, e as moradas que deram para receber isto e aquilo. Ah, estava na lei,......pois! 
Avaliar a documentação, bastava começar em 1983, para ver as viagens fantasmas, as inscrições no livro de presenças, os trabalhos políticos, etc. Ah,....muitas declarações dos deputados estão incompletas, muitas estão rasuradas, muitas foram actualizadas,....pois!

Ah,....as declarações no Tribunal Constitucional,........até porque o TC não tem tempo para verificar estas coisas...... Pois!

Eu que vejo raramente a TV, vi casualmente creio que há dois dias, á noite, um figurão a debitar moral e ética republicana, e que por acaso, só por acaso certamente, já o vi mais de uma vez num longo trabalho político de almoço, num conhecido restaurante à beira Tejo, onde também tenho a possibilidade de ir almoçar. Com a sessão parlamentar já a decorrer há pelo menos meia hora. Eu sei que se deve comer sem pressa, mastigar bem, senão o estômago pagará!!!!

Podiam também começar por investigar como se constituíram certas fundações, designadamente avaliar a documentação autárquica que determinou a entrega de bens imobiliários a certas fundações, ou que determinou as rendas mensais a pagar por autarquias a certas fundações. 

Já apareceu, a propósito do BES, o esquema das ligações cruzadas, com os nomes quase todos. Podiam também os senhores jornalistas investigar, e depois publicar, os nomes dos dirigentes das cem fundações mais importantes em termos de receitas e financiamento pelo Estado, mas a começar em 1983.

Por fim, os senhores jornalistas, podiam publicar os nomes dos presidentes da república, dos presidentes da Assembleia da República e dos primeiros ministros, responsáveis pelas leis iniciais de todas as mais variadas mordomias e regalias que auferem todos os titulares dos diferentes órgãos de soberania. 

Não quero maçar mais quem gentilmente visita o meu blogue.

Mas de facto,.....isto dito, nada mais,........pintassilgos não são pardais.

Como se corrige este "situacionismo"?
António Cabral (AC)

   





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