segunda-feira, 29 de setembro de 2014

No País com cada vez mais imparidades
Houve primárias. E, vê-se por aí, o grande contentamento de muitos, como já se via nas últimas duas semanas. Agora é que é!
Agora é que é, pois afastado que está, e felizmente digo eu, a gelatina política cor de rosa, agora é que se vai (oxalá) começar a ver a reação dos portugueses, quanto a este novo (????) PS, quanto ao PSD, e quanto aos outros partidos, existentes, e os que se perfilam como novos salvadores do nosso sistema.
Não sou militante partidário, nem simpatizante rosa. Nem, aliás, de outras cores. Defendo simplesmente, como tenho procurado fazer ao longo da vida, que somos todos da mesma massa, devemos ser todos iguais perante a lei e oportunidades na vida, mas não somos todos iguais, não somos todos da mesma forma.

Não gostava de ter em Portugal mais maiorias absolutas de um só partido. Gostava de ter no meu desgraçado País, pactos de regime, duradouros e consistentes, qualquer coisa do mesmo género como se fez em Espanha anos atrás.

Mas as coisas são como são, e não como se ansiava fossem. E por mim falo. Aflige-me os argumentos ouvidos, quer de "comentadeiras", quer de vários dos que foram votar nestas primárias. Respeito, mas aflige-me muito. Há quem dê palmas entusiásticas porque a campanha mobilizou muita gente. Recordo todos os anteriores entusiasmos da nossa história, e fico esclarecido. Ah,.....a campanha teve confrontos, ....pois! Houve política........pois!

Na minha opinião, creio que se continua a confundir a falta de educação e a gritaria com nobre combate político. O que vejo e vi, será tudo menos nobre. Argumentos, ideias, definição clara de rumo? Sei que vejo pouca televisão, deve ter sido por isso.

Identifiquei com facilidade o falso tímido, a falsa vítima. Igualmente o arrogante, que passa por ter boa imagem. Parece que muitas "comentadeiras" anseiam por combate em cima do escudo do "Obelix", Costa - Rio. Tudo isto é para mim cada vez mais curioso. Pacto de regime entre esses dois  profissionais da política?
Basta ver o que cada um fez ou não fez na autarquia respectiva, o que um esbanja e o outro se controla, o que um se borrifa para os buracos e as limpezas e outras coisas mundanas, e o outro menos, o que um tanto cuidado tem com os OCS e as listas para dar contínuos croquetes ao "pessoal" apoiante (sempre se poupa numas refeições), para manter em mim a convicção de a que a coisa não será fácil.

Além do mais, se alguma "gelatina" parece afastada, vejo por trás do novo líder PS, muita tralha gelatinosa do pós Cavaquismo, muita tralha dos apartamentos grátis por essa Europa fora.
O que verifico na vida nacional, de há décadas, é a criação de "ONGUES", de negociatas envolvendo figurões de todas as cores partidárias, fundações, a duvidosa acutilância do Ministério Público perante os diferentes "casos" no pós 25 de Abril.

Além do mais, adoro ouvir os da voz grossa que se ofendem com sugestões decorrentes do que está na CRP (mínimo de 180 deputados). Claro que Costa defenderá com unhas e dentes a manutenção da podridão actual. Ele e muitos, em todos os partidos. Como se não fosse possível arranjar uma forma de, acontecesse o que acontecesse, os pequenos partidos terem sempre uma voz na AR, reduzida em número, mas estar lá. Como devem estar, mas haja algum juízo de democrático e não transformem 8 em 80.

Os argumentos, os meus incluídos, podem sempre ficar pouco explicados, mas o que me confrange é esquecer-se muitas vezes o que está para trás. Tento sempre evitar esse pecadilho, mas por vezes falho. Isto a propósito do que a UGT faz, fez ou pode fazer na concertarão social. Fez acordo com o actual governo? Então, e nos governos PS, não fez? Santa paciência. Como se não se soubesse que a influência PS na UGT é maior que PSD. Ou estou mais uma vez enganado?

Costa melhor que Seguro. É bem provável. Pelo menos não parece gelatina. Mas, "we will see". Aguardemos pelas fidelidades, pelo peso e força das várias tralhas que o catapultaram.
Quero ver, muito, a reação do PCP e do PSD.

Os tempos nunca estiveram para brincadeiras, mas em Portugal muito se tem brincado. A mobilização das pessoas é um tema que me entusiasma. Mas angustia-me a inconsistência.
E tantos acreditam em milagres. Desculparão, eu não.

.........é que pintassilgos, não são pardais!

António Cabral



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