sexta-feira, 28 de abril de 2017

ESTADO FALHADO
Adriano Moreira é um dos que ao longo do tempo tem abordado as questões inerentes a estado falhado e também a estado exíguo.
Eu juntaria a estes conceitos o estado anedota.
No estado falhado as estruturas do Estado e as estruturas económicas são fracas, de deficiente qualidade a todos os níveis.  Num tal estado, é manifesta a incapacidade para administrar as reformas necessárias. Por outro lado, na sua definição clássica, é muito aquele com dificuldades para garantir a integridade territorial e aquele em que porventura o monopólio do uso da força já não esteja totalmente nas suas mãos. 
O estado exíguo é aquele em que a "desbunda" é crescente; quase incapacidade para executar políticas, dificuldade para controlar abusos de poder, corrupção e subornos em crescendo, crescente incumprimento de leis, irresponsabilidade de instituições públicas. Os partidos políticos tratam de si, e não resolvem os problemas estruturais do País.

Houve já quem dissesse no passado, -  "Os militares de Abril fizeram uma coisa muito bonita, mas os políticos encarregaram-se de a estragar (…) Podem olhar para o espelho e não se envergonhar. O que, infelizmente, não acontece com os outros grupos intervenientes na revolução e na política. A diferença entre servir ou servir-se, entre lutar por valores ou por interesses".

Olhando à actualidade, e chamando actualidade aos últimos 25 anos, o que observamos?
Os políticos sempre a dizer que vão fazer reformas.
A corrupção a aumentar, sobretudo a de colarinho branco, acompanhada do degradante espectáculo de alguns farsantes de certos escritórios a exibirem-se publica e indecorosamente.
Várias instituições públicas com debilidade confrangedora, veja-se o caso das entidades reguladoras, umas verdadeiras anedotas do "teórico" controlo de preços.
Portugal não pode assim ser designado um estado falhado, porque a integridade territorial se mantém e o monopólio da força ainda está cá dentro, no Estado.

Mas existem abusos de poder, ou não?
Como estamos de OCS?
E de liberdades?
Não crescem leis por cumprir ou pelo menos regulamentar?
Os partidos não andam sobretudo e cada vez mais a tratar da vidinha própria ?
O País não está a ser um local onde se andam a cruzar algumas multinacionais, sem qualquer proveito para a sociedade portuguesa?
As burlas na banca não dizem nada? Dizem agora querer apurar responsabilidades mas não culpados? Só mesmo para rir chorando.
Pois se Portugal não preenche ainda os critérios de estado exíguo para lá parece caminhar.

Olhando aos incêndios já a meio de Abril, aparentemente muitos começados com as famosas queimadas que todos pagamos, aos discursos por exemplo dos ministros da agricultura, dos negócios estrangeiros, da educação e da defesa nacional, a alguns escritos de jornalistas de todas as cores e as guerras entre si, aos temas avassaladores e fracturantes chamados à discussão na AR, à postura irresponsável e de fraco sentido de estado de alguns titulares de órgãos de soberania, à pouca vergonha que vai sendo denunciada relativamente a instituições poderosas que se tinham como muito sérias, estou em crer que não faltará muito tempo para Portugal preencher os critérios de estado anedota. 

É o que temos, de momento, como por exemplo uma criatura no cargo de PM que arrogantemente não responde ao que lhe perguntam, não dá satisfações aos concidadãos.  
Com a quase diária benção do PR.
É o que temos, mas nem todos merecemos.
Isto dito, nada mais, pintassilgos não são pardais!
AC

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