sexta-feira, 12 de abril de 2024

INDÚSTRIA PORTUGUESA do ARMAMENTO
A cada vez mais inarrável Úrsula Von Der Leyen anda às voltas com uma proposta de programa de armamento Europeu.

Cá pela Tugolândia, sucedendo-se as pouca vergonhas e escandaleiras, gentalha variada ao longo dos anos foi escrevendo em jornais e revistas, ou encostando-se a partidos, ou alcandorando-se a dirigentes de ridículas e fantasmagóricas empresas, ou homenageados como governantes, alguns acabando em suspeitos ou arguidos, mas todos eles à espera que tudo acabe como de costume, EM NADA! 

Especialistas!

Há por aí quem clame "ai meu Deus, estamos já em pré estado de guerra”.

Ursula e quejandos, acompanhados por vários em diversos países e por  alguns tugas que fazem vida como "especialistas", consideram que a Europa poderá vir a por em sentido o alarve Putin. 

Claro que ninguém e em particular algumas estrelas que agora debitam sobre o SMO questionam com honestidade intelectual - a União Europeia dispõe, de facto, realmente, a sério, de verdadeira autonomia, e de verdadeira capacidade para se rearmar, o que não faz há décadas?

Ok, eu sei, a França tem alguma capacidade nuclear. Fora da UE, naquelas ilhas cada vez com mais problemas internos, também há vectores nucleares.

Mas, e o resto? Capacidade de informações a sério? Geolocalização?

Claro que eu posso estar enganado mas, mal que pergunte, tirando o vector nuclear Francês, e a falácia durante décadas sobre a política de defesa na CEE/ UE (estou a lembrar-me do inarrável Solana) e de uns generais do Exército que por cá andaram e muito debitaram também sobre a política de defesa Europeia, que aparelho militar, que força armada séria, tem a Europa? 

Que eu saiba, mas posso estar equivocado, a Europa tratou de ir falando muito, sempre muito e com muita prosápia, mas tratou sobretudo e em particular a Alemanha, de se robustecer económica e financeiramente, desenvolvendo o estado social, e muito pouco de despesas militares. Os EUA protegem-nos!

Até há alguns anos o Reino Unido, que também tem um vector nuclear demonstrou alguma pujança.

Mas para os esquecidos, por exemplo, quando Margaret se zangou com os generais argentinos, conseguiu um feito militar mas porque em parte teve auxílio poderoso por parte dos EUA.

Informações, apoio de satélites, e muito apoio para reabastecimento de aviões em voo. Claro que o Chile de Pinochet também ajudou, o que lhe veio a ser importante muitos anos mais tarde!

Mesmo assim, os Britânicos tiveram algumas surpresas graves, como por exemplo, afundamento de navios que os argentinos conseguiram com recurso a mísseis franceses EXOCET. Naqueles tempos, os navios OTAN/ NATO só tinham as características dos mísseis russos, não dos mísseis aliados, só estavam preparados para os Russos e Pacto de Varsóvia.

Na Europa de hoje, quantos cidadãos estão dispostos a loucuras de rearmamento, a sério? Custos?

Que facilidades ou dificuldades na eventual reconversão de empresas/ fábricas para começar, planeadamente, o fabrico de armamento, drones, munições, mísseis, ETC.?

Quando muita electrónica está sediada e é fabricada em países asiáticos, que pujança Europeia existe para rapidamente reverter esta situação? E custos? 

Se vai dinheiro para canhões, a que preço vai ficar a manteiga e o pão?

Há por exemplo um actual almirante defendendo que, consoante decisões locais, Putin poderá ser forçado a pensar duas vezes se estiver a pensar em algo mais do que abocanhar uma parte da Ucrânia.

Por cá a malta tem vivido mais ou menos bem, algum bem-estar apesar de vários escolhos. Quanto custa a Europa dotar-se de capacidade a sério no plano espacial, por exemplo?

E o vector nuclear Francês e o do Reino Unido, são para aumentar? Quando vejo a maioria das populações na Europa estar contra centrais nucleares para produção de energia mais barata, duvido mesmo muito.

O que Ursula anda a fazer, acompanhada pelos seus sicários e mais uns quantos civis e militares dentro dos países da UE e OTAN/ NATO, serve para mais alguma coisa do que dar-nos uma sensação de pujança, de poder?

Aguardemos.

Ah, mas então o título era sobre nós, você nada disse até aqui.ATÃO?

Pois, foi de propósito.

Nas pomposamente designadas indústrias de defesa nacionais, ao longo dos anos lembro-me que ( se não estou equivocado) tínhamos alguma capacidade,

- no plano do armamento ligeiro, 

- fabrico de munições para armamento portátil, 

- fabrico de explosivos, 

- viaturas Berliet e outras,

- andam estudos diversos sobre drones, 

- no âmbito de equipamentos de comunicações para navios e não só, 

- manutenção de aviões em Alverca, mas a maioria das peças e sobressalentes chegam de fora; há anos, alguém me dizia que até rebites de alumínio tinham de ser importados,

- manutenção de navios, mas estando por exemplo o Arsenal do Alfeite num estado miserável,

- fabrico de pequenos patrulhas em prazos muito longos, 

ETC.

Haverá mais qualquer coisa, mas é tudo à nossa dimensão.

Ah, temos capacidade para enviar um submarino vigiar navios hostis, seja na nossa costa ou no Ártico.

Fico por aqui.

António Cabral (AC)

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