segunda-feira, 22 de abril de 2024

OS  PARTIDOS  DEMOCRÁTICOS
Felipe González diz que partidos democráticos devem aliar-se contra extremismos e dá Portugal como exemplo. 
Ex-primeiro-ministro espanhol diz que a resposta ao avanço da extrema-direita na Europa passa por entendimentos entre os grandes partidos democráticos de centro e dá o caso de Portugal como exemplo.

Este reputado socialista espanhol advoga, se bem percebo, que o combate democrático nomeadamente ao crescimento da extrema direita por essa Europa fora passa por entendimentos entre os partidos democráticos.

Mais uma vez, temos um ex-responsável por um partido democrático que vem com falatório da carochinha.

Mais uma vez Gonzalez segue a linha de tantos outros pavões, alerta para os papões (aparentemente esquece a extrema esquerda). 
Alerta para uma triste e mais que lamentável realidade (opinião pessoal naturalmente) que é o crescimento imparável dos populistas e de radicais de direita.

Faz e fazem alertas, mas nunca reconhecem que a maioria deste deplorável crescimento radical tem a ver com o facto simples de que os democráticos, durante décadas, não trataram de resolver os problemas das pessoas, no campo do emprego, saúde, educação,  habitação, no cuidar dos idosos, no cuidar de crianças e jovens, destruíram a coesão social em muitos países, degradarem o modo de vida de milhões, aumentou a pobreza na Europa do Estado social.

Gonzalez, como muitos outros, tiveram a sua época e podiam e deviam ter feito melhor.
Deixaram-se ir nas modas, nas concessões, no politicamente correto, nas fracturantes, na paz mundial para sempre, nas loas e nos amanhãs que cantam, e numa longa lista de etc.

Agora estão preocupados (e eu não estou menos) com certos ventos que sopram, com certos crescimentos, DEPLORÁVEIS, e que têm de ser fortemente e democraticamente combatidos.

Mas o combate não se faz com cantorias, marchas, canções, versos e lamúrias, com Gretas e outros pavões e pavoas.

O combate em Portugal faz-se, olhando à indústria do país, como revigorar a economia nacional, como criar mais riqueza, para assim a poder distribuir com diferente equidade. Pois equidade, por muitas páginas viradas, é coisa que por cá pouco existe.

O combate faz-se derrubando o mais rápido possível este sistema que vigorou até agora e assim promoveu milhões na pobreza.
Mas derrubar não é o regime, o regime democrático tem que se manter, derrubar sim as políticas que a isto conduziram.

O combate faz-se sabendo qual é o cadastro de todo o território, promovendo realmente e não com anúncios, alguma recuperação de pessoas para o interior, alguma recuperação de indústrias e serviços para o interior, mas a sério, com apoios às famílias, e às empresas que se constituam.
Quadros, estabelecimentos de ensino, melhorar a mobilidade nomeadamente ferroviária.

O combate faz-se sem demagogias e começando a fazer muito do que devia estar já feito.

A exponencial subida dos radicais, não terá nada a ver com isto que aponto em baixo?
- sucessivos governos entregaram o controlo das finanças públicas a oligarquias políticas, e só recentemente as coisas equilibraram,
- décadas de desmazelo e incompetência de poder central,
- monstruosidades e velhacarias legislativas permitindo opacidade corrupção e impunidade,
- nunca ninguém ter sabido de nada, nunca se ter apercebido de nada,
- moralistas e moralismos da treta,
- deixaram falir Portugal 3 vezes,
- políticas várias sem olhar com antecedência ao impacto da entrada da China e da Índia em cena,
- incompetência total do poder central durante 40 a 50 anos sem ponderar a questão global "migrações aceleradas", 
- oligarquias partidárias/autárquicas, 
- ETC. ETC. ETC.

Agora admiram-se, angustiam-se.

António Cabral (AC)

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