Quem escolhe a via das cativações orçamentais e das cativações na interpretação das crises renuncia interpretar a mudança da realidade efectiva das coisas, exerce o poder coberto por um manto diáfano de fantasia.
A FRASE...
"A venda ao exterior de activos valiosos da economia portuguesa continua animada."
Manuel Carvalho, Expresso, 28 de Dezembro de 2019
A ANÁLISE...
A cativação orçamental é a diferença entre o que está escrito no Orçamento e o que o Ministério das Finanças autoriza como despesa. O que se aprovou no Parlamento fica encoberto pelo manto diáfano da fantasia, e a realidade efectiva das coisas é o que o critério do défice determinar. Uma crise cativada é a diferença entre o que aconteceu na realidade efectiva das coisas, que deveria ser descrito e analisado para informar os eleitores do que é o seu campo de possibilidades efectivo, e o que se escolhe para dizer que aconteceu, cobrindo com o manto diáfano da fantasia o que não se quer reconhecer, para assim justificar as políticas que se apresentam aos eleitores para atrair o seu voto. É sempre demasiado tarde que se verifica que o que se apresentou como o virar de página das austeridades foi apenas o abrir a página das cativações.
Não se quis analisar a crise recessiva de 2008 como o resultado da incapacidade que os sistemas bancários e de supervisão revelaram para regular e reciclar o fluxo de capitais gerado pelo crescimento do comércio internacional e pela abertura das economias que foi estimulada pela oportunidade de acesso a essa oferta de capitais. Preferiu-se fixar a culpa nos banqueiros, quando o que aconteceu foi uma mudança de natureza dos movimentos de capitais, uma efectiva alteração da realidade efectiva das coisas - e depois disso nada mais voltará a ser como era. Não se quis analisar a crise de endividamento em Portugal em 2011, porque isso implicaria atribuir as responsabilidades a quem não quis perceber o que se passou depois de 2008 e continuou a decidir como se ainda estivesse no passado. Quando se está integrado numa zona monetária, como o dólar e o euro (mas como o iene do Japão não chegou a ser e o yuan da China ainda não é), deixa de ser possível ter uma política monetária nacional, a realidade efectiva das coisas passou a ser multinacional.
Quem escolhe a via das cativações orçamentais e das cativações na interpretação das crises renuncia interpretar a mudança da realidade efectiva das coisas, exerce o poder coberto por um manto diáfano de fantasia.
Joaquim Aguiar
A FRASE...
"A venda ao exterior de activos valiosos da economia portuguesa continua animada."
Manuel Carvalho, Expresso, 28 de Dezembro de 2019
A ANÁLISE...
A cativação orçamental é a diferença entre o que está escrito no Orçamento e o que o Ministério das Finanças autoriza como despesa. O que se aprovou no Parlamento fica encoberto pelo manto diáfano da fantasia, e a realidade efectiva das coisas é o que o critério do défice determinar. Uma crise cativada é a diferença entre o que aconteceu na realidade efectiva das coisas, que deveria ser descrito e analisado para informar os eleitores do que é o seu campo de possibilidades efectivo, e o que se escolhe para dizer que aconteceu, cobrindo com o manto diáfano da fantasia o que não se quer reconhecer, para assim justificar as políticas que se apresentam aos eleitores para atrair o seu voto. É sempre demasiado tarde que se verifica que o que se apresentou como o virar de página das austeridades foi apenas o abrir a página das cativações.
Não se quis analisar a crise recessiva de 2008 como o resultado da incapacidade que os sistemas bancários e de supervisão revelaram para regular e reciclar o fluxo de capitais gerado pelo crescimento do comércio internacional e pela abertura das economias que foi estimulada pela oportunidade de acesso a essa oferta de capitais. Preferiu-se fixar a culpa nos banqueiros, quando o que aconteceu foi uma mudança de natureza dos movimentos de capitais, uma efectiva alteração da realidade efectiva das coisas - e depois disso nada mais voltará a ser como era. Não se quis analisar a crise de endividamento em Portugal em 2011, porque isso implicaria atribuir as responsabilidades a quem não quis perceber o que se passou depois de 2008 e continuou a decidir como se ainda estivesse no passado. Quando se está integrado numa zona monetária, como o dólar e o euro (mas como o iene do Japão não chegou a ser e o yuan da China ainda não é), deixa de ser possível ter uma política monetária nacional, a realidade efectiva das coisas passou a ser multinacional.
Quem escolhe a via das cativações orçamentais e das cativações na interpretação das crises renuncia interpretar a mudança da realidade efectiva das coisas, exerce o poder coberto por um manto diáfano de fantasia.
Joaquim Aguiar
(sublinhados da minha responsabilidade)
Tenham uma boa 3ª Feira.
Saúde e boa sorte.
AC
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