quarta-feira, 3 de dezembro de 2025

A  PROPÓSITO de PRESIDENCIAIS,
SOMBRAS, PASSADOS, REALIDADES, TRAPALHADAS

Tenho cumprido o que a mim mesmo prometi: não ver nenhum debate entre candidatos á corrida para Belém.

Mantenho-me relativamente informado. A minha mulher conta-me certos detalhes e vários amigos fazem o mesmo.
A somar a isso vejo diariamente as gordas noticiosas nos jornais, lendo o que é permitido a não assinantes.

Apercebi-me hoje de que, na sequência da reacção de Gouveia e Melo à menção de que havia um explícito e público apoio do insuportável  Sócrates à sua candidatura, um tal de Afonso Camões demitiu-se de continuar a ser mandatário regional por Castelo Branco e apoiante do almirante. Nem fazia ideia que havia mandatários vários. 
As coisas que eu não sei!

Do que consegui perceber Afonso Camões reagiu duro e desistiu a partir do momento em que alguns jornalistas e não sei se comentadores trouxeram a público certos dos seus passados.
Passados envolvendo Afonso Camões e o insuportável Sócrates. Passados, valha a verdade, que se afiguram pouco edificantes.

Independentemente de ser discutível a história das escutas, mas que creio deve continuar a ter um papel complementar nas investigações judiciais, em abstracto (nada a ver com Camões) parece-me que a realidade é esta:
* uma coisa são as escutas, 
* outra é no escutado não ter sido detectado nada de ilegal, ilegítimo, imoral, vergonhoso, escandaloso, criminoso, 
* outra coisa ainda é o escutado evidenciar na sua profissão ou nas suas actividades e relações ilegalidades, corrupção passiva que seja, nepotismo, fuga a impostos, posse ilegal de informação privilegiada ou reservada, actividade vergonhosa ou mesmo criminosa. 

Afonso Camões demitiu-se para não “embaraçar” Gouveia e Melo, na presunção de que algum do seu passado é tido por muitos (como eu) como muito discutível ou mesmo reprovável.

Disse-me um bom amigo que Afonso Camões reagiu violentamente ao terem repescado as suas ligações conluios e actividades passadas.
E que se atirou aos órgãos de comunicação social que recuperaram agora o seu "famoso"percurso com Sócrates. 

Afirmou que desenterraram uma ilegítima escuta telefónica com mais de 10 anos, e recordou um certo tipo de jornalismo. Aquilo que eu e outros muitas vezes crismamos de jornalixo.

Não é preciso ter mais do que a 4ª classe para perceber que a pergunta atirada em tempos a Gouveia e Melo sobre o apoio de Sócrates tal como agora reviver o discutível passado de Afonso Camões tem um objectivo único, claro: enterrar a candidatura do almirante.

É por esta razão que Afonso Camões decidiu sair da estrutura de campanha do almirante. Creio que fez bem.

Também não é preciso ter mais que a 4º classe para já ter percebido o esforço descarado de alguns canais de TV em favorecer um certo candidato.

Aguardemos, estou convencido que o jogo sujo ainda mal começou.
AC

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