sábado, 30 de maio de 2015

A culinária e o "género".
Sou dos que me interrogo sobre muitas das coisas fracturantes que por aí colocam como quase os problemas mais importantes na nossa sociedade. Mas é para mim evidente que muitas coisas precisam de ser alteradas.
Quem me começou a ler já deve estar a pensar - "mas então, isto é culinária?"
Claro que não.
É mesmo de culinária que desejo falar. A introdução apenas para dizer que me faz muita impressão continuar a ver/ encontrar tantos homens que nem ovo estrelado conseguem fazer, nem botão na camisa coser. Mas também existem muitas mulheres que para cozinha......E passar a ferro? Eu sei!!
Bem, o que quero partilhar é sobre culinária. Para começar, que não sou dos mais ajuizados no que respeita a higiene alimentar mas sempre tive algum cuidado comigo. Apanhei uma bebedeira, salvo erro perto dos 16 anos, com cálices de vinho do Porto. Fiquei de rastos. Nunca mais fiz tristes figuras por causa do álcool.
Sou um bocado guloso. Por razões familiares/ privadas, a minha mãe pôs-me num fim de semana a cozinhar ervilhas com ovos. Foi a minha primeira aventura. Não estaria certamente uma maravilha, mas recordo que eu e o meu único e saudoso irmão (mais novo) comemos bem, e nada ficou. Eu tinha 15, já lá vão portanto, um pouco mais de 5 décadas!!
Daí para cá, por razões em parte profissionais e também sobretudo porque sempre ajudei e ajudo a minha mulher, a realidade é que não cozinho muito mal. Dizem os outros, que comem as refeições que preparo. Sendo guloso, quero entrar na recta final com um doce. Antes, esclareço que tenho vários livros de receitas.
Uma das minhas especialidades (sigo sempre as receitas, e improviso quando é possível) é um bolo de laranja.
Para o que preciso de 3 ovos inteiros, sumo e raspa de uma laranja, 1 colher de chá de fermento Royal, margarina a gosto, e o mesmo para o açúcar e a farinha. O que quero dizer quanto a estes 3 últimos ingredientes, é que têm de ter o mesmo peso. Portanto o bolo ficará um pouco maior se assim o quisermos.
Derreto a margarina, em lume o mais baixo possível mexendo para não queimar/ fritar, e junto o liquido ao açúcar.
Pessoalmente, uso a batedeira simples de varetas, e tenho uma espátula para ajudar a apanhar a parte de baixo, envolvendo. Vou mexendo sempre, com a batedeira na menor rotação possível, e junto um ovo inteiro de cada vez, mexendo sempre.
Na fase inicial de preparação tenho o fermento bem misturado com a farinha, e o sumo de laranja pronto bem com as raspas da casca. O que costumo fazer é ter sumo a mais e a raspa estar o mais pequenina possível, usando ás vezes a faca de cozinheiro para a triturar mais.
Voltando ao preparado, quando me parece que açúcar margarina e ovos estão bem misturados, começo a deitar a pouco e pouco a farinha. Mexo sempre, e inicio a junção do sumo. É com o sumo que controlo a textura da massa. Pessoalmente, bato tudo muito bem, para ficar com muitas bolhas de ar e deixo a massa menos espessa comparativamente a certos bolos.
No fim misturo a raspa. É raro não aumentar a quantidade de sumo e raspa.
Forno com ele, dentro de uma forma que untei previamente com Becel liquida e depois coberta com farinha.
Tempo de cozedura? Eu limito-se a ver crescer o bolo, a 180º, e observar a cor . Assim que está entre o loiro e o castanho claro tiro. E, naturalmente, como p...a, como cozinheiro velho, uso um palito comprido para ir avaliando a cozedura a partir dos 20/ 25 minutos. Bom apetite.
AC


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