segunda-feira, 25 de novembro de 2019

25  NOVEMBRO 25 NOVEMBRO
Não existe consenso sobre o que de facto aconteceu nesse dia.
O "25 de Abril de 1974 e o 25 de Novembro de 1975 são datas de igual valor?
A "doutrina"  diverge.  
Sim, houve de tudo, PREC, extrema esquerda, esquerda, centro, moderados, direita, extrema direita, brutal onda comunista, maçonaria ?, instigação de matreiros que ficaram a assistir a tudo e, depois, não tendo as coisas decorrido como pretendiam,  assobiaram para o ar.
Esperavam os mais matreiros que mais uns com armas avançassem também além dos "paras", mas depois não avançaram.
Sim, agora, alguns com fraca credibilidade dizem coisas, afirmam suspeitas, mas há quem os desminta, com as suas e absolutas verdades.

Álvaro Cunhal já não está entre nós. Se estivesse não se confessaria a sério. Melo Antunes também não. Costa Gomes idem.
Ramalho Eanes mantêm-se calado, contrariamente a outros.
Uma coisa é certa, com o 25 Novembro, o caminho da Constituinte prosseguiu e ainda bem, embora a marca do socialismo na CRP seja de lamentar, opinião pessoal, naturalmente.
Quando se lêem certas declarações de Cunhal à época (coisa que os sempre distraídos mesmo se leram estão amnésicos enquanto os convenientemente esquecidos assobiam para o ar),  fica bastante perceptível o gizado "modus operandi". Se a coisa triunfasse, lindo, se desse para o torto, não saberiam de nada.

À época, 5DEZ1975, ocs "Jornal", Cunhal adiantou - a primeira coisa a dizer é que, na base dos elementos disponíveis, os acontecimentos do 25 de Novembro não se podem considerar um golpe ou uma insurreição, como se diz, mas a convergência  de várias sublevações militares e cada qual com o seu processo próprio e os seus objectivos próprios e imediatos. Os acontecimentos deve ser compreendidos no quadro de uma luta cerrada que vinha de longe por lugares de chefia e comando entre os vários sectores militares. Não nos consta que houvesse um plano de tomada de poder.

Só os ingénuos e incautos compram isto, como aliás muitos compraram.
Como diz um conhecido militar de Abril, "muitos falam e poucos acertam".
Nesta frase, curiosamente, está muita coisa.
Se calhar, alguns que falaram/ falam acertam em algumas das coisas que se passaram. Nunca saberemos com rigor.
Muitos, eventualmente, continuam a dizer asneiras.
E quanto a continuação, na senda do que Cunhal enunciou a seguir ao 25 de Novembro de 1975, o PCP continua com aquele ar querido como se nunca tivesse tido nada a ver com a coisa. 
Eu desconfio bem que teve e muito, mas não conseguiu que alguns viessem para a rua também, e por isso anicharam e disfarçaram, até hoje.


Quem ganhou e perdeu no 25 de Novembro?
Com rigor não sei, e quem sabe não confessa com cristalina limpidez e honestidade intelectual.
O processo democrático avançou, felizmente.
Que militares ganharam ou perderam? 
Em bom rigor não sei, e nem me interessa muito.
Mas é para mim evidente, basta ler as palavras de Cunhal, que havia imensos militares partidarizados por vários partidos, e nomeadamente por parte do PCP.
O PCP não teve nada a ver com a coisa? Só para rir.

Outra coisa é para mim clara.
Para lá do que de eventualmente quase obsceno pode haver em alguns hoje quererem celebrar/ comemorar o 25 de Novembro, e sobre isso esbracejarem dentro e fora da AR, o que me parece curioso é o afã de muitos outros se encarniçarem no sentido oposto.
Significará tudo isto que, afinal, esta data tem muita coisa nebulosa e muita coisa muito inconveniente para certos partidos
O apego à democracia hoje, pode ser melhor avaliado agora, passando uma lupa grossa sobre cada partido, lupa com componente de raio X?
Quando muitos se recusam a celebrar uma coisa logo aparecem outros a colocarem a tónica no oposto. Fatal.

Pela minha parte, não dou para este peditório, o 25 de Novembro continuará anualmente no calendário, como todos os outros dias, não dando eu para o evento nem um cêntimo.
É mais uma data, mais um acontecimento histórico que, como muitos outros , continuará por esclarecer cabalmente,
porque para muitos que estão vivos tal como para outros que já não estão entre nós, ISSO NÃO INTERESSA MESMO NADA, NÃO CONVÉM NADA.
Não chega já de discussões estéreis, de votos sobre o regulamento dos animais, ou da Palestina, ou da ausência de comunicação entre patéticos?

E que tal os verdadeiros e actuais problemas da sociedade Portuguesa? 
AC

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