Por paixão de décadas que calcorreio o meu País, sobretudo o Continente.
Particularmente nos últimos 35 anos mas mais intensamente ainda desde 2006, visitei e visito cidades vilas aldeias e lugares abandonados, ermidas longínquas, antas, pontes romanas escondidas junto a ribeiras de pouco fácil acesso, pelourinhos, etc., sempre de máquina fotográfica na mão. De 2008 para cá com uma belíssima e agora já cansada Nikon digital D 90 com várias objectivas, antes com uma soberba Nikon analógica F 801S, e para trás ficaram as Fuji e Canon.
Quando olho para trás revejo-me, naturalmente, sempre mais novo quanto mais para lá, mas recordo as mesmas ideias, os mesmos objectivos, conhecer, tentar perceber o meu País, a sociedade onde nasci e vivo, o porquê dos nossos atrasos e dos nossos progressos, ponderar o futuro olhando para o que andaram /andam a fazer, a não fazer, a omitir, a mentir.
Olho para trás e vejo-me nessa altura como agora, com o mesmo gosto e desejo de observar e perceber, e vejo que sempre fiz turismo cultural. Como continuo a fazer.
Entre milhares de exemplos, bastando tão só fechar os olhos ou olhar algumas das milhares de fotografias em papel e no computador, recordo a estrada de terra batida em 1971 que continuava uma de alcatrão e encontrava o alcatrão outra vez 5 Km à frente. Ou aquelas estradas nacionais, estreitas, e com o "relevé" ao contrário. Ou as várias casas de cantoneiros por esse Continente fora. Ou o que custava ir até Bragança em 1967. Ou a apanha da azeitona em 1969 e o trabalhar do lagar de azeite. Ou o pisar das uvas em Alcafache. Ou a ferrovia no Alentejo e no Algarve nos anos 60 do século passado. Ou as artes de pesca que existiram na costa Algarvia antes de 1974. Ou a pesca ao achegã há 60 anos nas barragens do distrito de Portalegre. Ou o parque de campismo de Ferragudo em 1970. Ou as horríveis curvas de Nisa. Ou.........Ou...........
Os últimos governantes andam ufanos com o contributo do turismo para animar a economia Tuga.
O próprio PR ainda há dias apelava para a definição da estratégia para o futuro do turismo, chamando à atenção para a questão da qualidade. QUALIDADE! E não só direi eu!
E atreveu-se a falar na necessidade de visão sistémica e uma óbvia necessidade de interação entre múltiplos sectores da economia.
Ah, e claro, o PR sempre no seu estilo a clamar - o Estado, os agentes económicos e a sociedade no seu todo saberão responder com confiança e sempre com esperança em Portugal” (???)
Entretanto, alguns reunem-se em congressos e conferências e clamam - “Portugal: Preparar o Amanhã”.
"Unam-se como um todo", ouve-se por aí, neste Portugal dos corporativismos pequeninos, neste Portugal das múltiplas capelinhas, onde é fácil de dizer, tendo sido impossível de concretizar. Até hoje pelo menos. Mudará?
Quando olhamos mais demoradamente para a questão "TURISMO", encontramos à cabeça, os governos, depois variadíssimas associações (APAVT, AHRESP, APECATE ,ALEP, AHP, CTP. É só isto? Não! Há muito mais.
O turismo cresceu muito, mas muito é de chinelo e de "selfie", e de "trotinete" em cima dos passeios da Rua do Ouro por exemplo.
Lisboa está cheia de hotéis de 5 a 3 estrelas, hostels, AL's, pensões.
Cresceu-se mas, pergunto eu, pensadamente, estruturalmente e estruturadamente, sustentavelmente, pensou-se para o período de arrefecimento económico, cá e sobretudo lá por fora?
As respostas a todas estas questões, dizem alguns, são dadas em parte em painéis de congressos no âmbito do turismo.
Mas, e as políticas públicas, as decisões dos governos e deste designadamente, depois as autarquias, e o enquadramento das actividades de entidades privadas?
Entre muitas outras coisas, é decisivo respeitar, o que em Portugal é genuíno, o que é autêntico, respeitar o património edificado (conventos, mosteiros, castelos, edifícios emblemáticos de épocas passadas, pontes e estradas do passado, caminhos de Santiago, igrejas, monumentos), olhar ao património imaterial, defender as paisagens, as nossas costas e praias, as infra-estruturas nos parques naturais e ao longo de certos rios.
Um turista pode estar encantado com o alojamento, mas se a seguir não tiver transportes para certos lugares........pode estar encantado com a gastronomia mas se a seguir não tem na zona actividades culturais de diferente matiz.........pode estar encantado com as praias mas se a seguir ..........e por aí fora.
Seguir-se-ão insatisfações. repercussões negativos para a indústria turismo.
O turismo tem uma importante vertente económica.
Mas não bastará, ou a galinha deixará de pôr ovos.
O turista médio é cada vez mais exigente, é preciso dar-lhe experiências, não se ficar pelo imobilismo.
Turismo tem uma vertente cultural, o enriquecimento de quem o pratica. É o contacto com aquilo que lhe é diferente.
É portanto decisivo gerir mas, sobretudo, manter os produtos que se pretendem oferecer, os programas. É preciso interagir com múltiplas entidades, e cada vez mais, do Estado, privadas, ou os produtos e os programas deixarão a prazo de ser atrativos.
Não basta mais hotéis. É preciso manter as rotas, Santiago, do vinho, etc, criar roteiros e manter os existentes, transformar aquilo que temos aos mais diferentes níveis e que são os recursos, transformá-los portanto em produtos atrativos.
Muito foi feito, mas muito mais há a fazer. E o interior?
É a minha opinião, sedimentada no que conheço e conheço bastante, das coisas, das pessoas, do despovoamento do interior, do abandono a que estão votados certos castelos por exemplo ainda que outros recuperados.
Há muito a fazer. E olhem para a pobreza de certos postos de turismo
AC
"Unam-se como um todo", ouve-se por aí, neste Portugal dos corporativismos pequeninos, neste Portugal das múltiplas capelinhas, onde é fácil de dizer, tendo sido impossível de concretizar. Até hoje pelo menos. Mudará?
Quando olhamos mais demoradamente para a questão "TURISMO", encontramos à cabeça, os governos, depois variadíssimas associações (APAVT, AHRESP, APECATE ,ALEP, AHP, CTP. É só isto? Não! Há muito mais.
O turismo cresceu muito, mas muito é de chinelo e de "selfie", e de "trotinete" em cima dos passeios da Rua do Ouro por exemplo.
Lisboa está cheia de hotéis de 5 a 3 estrelas, hostels, AL's, pensões.
Cresceu-se mas, pergunto eu, pensadamente, estruturalmente e estruturadamente, sustentavelmente, pensou-se para o período de arrefecimento económico, cá e sobretudo lá por fora?
As respostas a todas estas questões, dizem alguns, são dadas em parte em painéis de congressos no âmbito do turismo.
Mas, e as políticas públicas, as decisões dos governos e deste designadamente, depois as autarquias, e o enquadramento das actividades de entidades privadas?
Entre muitas outras coisas, é decisivo respeitar, o que em Portugal é genuíno, o que é autêntico, respeitar o património edificado (conventos, mosteiros, castelos, edifícios emblemáticos de épocas passadas, pontes e estradas do passado, caminhos de Santiago, igrejas, monumentos), olhar ao património imaterial, defender as paisagens, as nossas costas e praias, as infra-estruturas nos parques naturais e ao longo de certos rios.
Um turista pode estar encantado com o alojamento, mas se a seguir não tiver transportes para certos lugares........pode estar encantado com a gastronomia mas se a seguir não tem na zona actividades culturais de diferente matiz.........pode estar encantado com as praias mas se a seguir ..........e por aí fora.
Seguir-se-ão insatisfações. repercussões negativos para a indústria turismo.
O turismo tem uma importante vertente económica.
Mas não bastará, ou a galinha deixará de pôr ovos.
O turista médio é cada vez mais exigente, é preciso dar-lhe experiências, não se ficar pelo imobilismo.
Turismo tem uma vertente cultural, o enriquecimento de quem o pratica. É o contacto com aquilo que lhe é diferente.
É portanto decisivo gerir mas, sobretudo, manter os produtos que se pretendem oferecer, os programas. É preciso interagir com múltiplas entidades, e cada vez mais, do Estado, privadas, ou os produtos e os programas deixarão a prazo de ser atrativos.
Não basta mais hotéis. É preciso manter as rotas, Santiago, do vinho, etc, criar roteiros e manter os existentes, transformar aquilo que temos aos mais diferentes níveis e que são os recursos, transformá-los portanto em produtos atrativos.
Muito foi feito, mas muito mais há a fazer. E o interior?
É a minha opinião, sedimentada no que conheço e conheço bastante, das coisas, das pessoas, do despovoamento do interior, do abandono a que estão votados certos castelos por exemplo ainda que outros recuperados.
Há muito a fazer. E olhem para a pobreza de certos postos de turismo
AC
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