EU RESPEITO.
Um costume muito português é louvar aos píncaros quem cumpre o seu dever. Já agora, convinha lembrar que é dever de cada um cumprir e trabalhar naquilo e no cargo em que está . Um pequeno pormenor!
António Costa foi outro protagonista, a que não reconheço mérito especial para gastar mais palavras.
Eu respeito as opiniões alheias, umas vezes concordo outras discordo. Um direito que legitimamente me assiste.
Cada um escolhe o seu tema. O tema que aqui abordo, a que particularmente alguns se dedicam mas em especial os jornais e revistas e etc., é o tema de uma certa glorificação de certas pessoas mais ou menos públicas. Nesta glorificação de certas personalidades, há também aquela coisa das colunas nos jornais com setas de sobe e desce, e estou a lembrar-me também, daquela outra cena de alguns jornais com semanas a fio enumerando uns ditos poderosos. Estão todos no seu direito.
Um costume muito português é louvar aos píncaros quem cumpre o seu dever. Já agora, convinha lembrar que é dever de cada um cumprir e trabalhar naquilo e no cargo em que está . Um pequeno pormenor!
Os Presidentes da República esforçam-se por distribuir prebendas. Alguns edis, como o inefável de Lisboa, vão também distribuindo medalhas e outras coisas. É importante cativar as hostes amigas, com medalhas, com convites, com alojamentos, com contratos!
As pessoas devem ser avaliadas pelo seu mérito e, sobretudo, pelos resultados concretos da sua acção, e nunca pelos seus anúncios, pelas suas promessas, pela sua demagogia.
Estou a lembrar-se de um caso para melhor explicar o que digo no parágrafo anterior. Se numa dada época, uma determinada e muito importante instituição foi assiduamente fustigada pela comunicação social, e se passadas semanas e alguns meses depois da substituição do nº1 dessa instituição a instituição passou a ser encarada de outra forma e desapareceram os ataques nos OCS, talvez que a acção concreta desse nº1 junto dos poderes públicos explicando a missão da instituição e da sua existência para servir tenha sido uma razão decisiva dessa alteração. Esse nº 1 apenas terá feito o que lhe competia, apenas o que lhe competia e nada mais, sem alardes nem deslumbramentos, sem servilismo, sem submissão, mas sempre com coluna vertebral e intransigente no respeito que à instituição era devida. SERVINDO, portanto, e não Servindo-se do cargo!
Voltando ao tema, o famigerado ano 2020 teve imensas figuras públicas que por motivos diversos mas sobretudo por causa da pandemia estiveram constantemente nos OCS e a entrar-nos em casa pelos televisores.
O actual inquilino de Belém, desde ter aventado milagre a garantir que ninguém mentiria aos portugueses, foi um desses sempre nos OCS e em particular na TV.
António Costa foi outro protagonista, a que não reconheço mérito especial para gastar mais palavras.
A pandemia causou um gravíssimo problema económico e social, havendo milhares de famílias em pura desgraça. Vai-se verificando que apoios chegaram a muitos aflitos, empresas e pessoas, mas também se verifica que muitos apoios anunciados parece terem ficado até agora pela propaganda.
A pandemia agrediu brutalmente o sistema de saúde e muito em particular o serviço nacional de saúde. E os lares.
Como outros portugueses, sou um dos que tenho familiares a trabalhar no SNS. Um primo direito é intensivista num hospital da grande Lisboa e acabou atingido pelo "bicho" e a família também.
Tenho uma noção razoável do que se passa no hospital de Sta Maria, no de Loures, no de Almada, no S. João, no de Setúbal, no de Castelo Branco, no da Covilhã, e em alguns centros de saúde, assim como sei o que se passa em lares no Montijo, Canha, Lisboa, Idanha-a-Nova e Setúbal.
Isto dito, não tenho a menor dúvida de que, desde Marta Temido a Graça Freitas, a médicos e enfermeiros (tenho uma prima direita e um primo e uma cunhada enfermeiros), a funcionários os mais diversos dentro da máquina da Saúde, o trauma, a exaustão, a ansiedade, a todos assaltaram. Como em tudo na vida, há quem resista melhor ao inesperado, há quem vacile, há quem sucumba. E, certamente, a esmagadora maioria senão todos procuraram desempenhar-se das suas obrigações o melhor que puderam.
Naturalmente, digo eu, é sempre importante a liderança sem a qual uma instituição é capaz de não se aguentar firme na sua missão perante uma inesperada dificuldade.
Mas, se a responsabilidade política é indiscutivelmente do nº 1 do SNS, Marta temido no presente, não me parece que o SNS respondeu bastante bem à afronta COVID porque Marta Temido é a ministra e Graça Freitas a DGS. Não as desvalorizo mas, sinceramente, depois de todos estes meses e de tudo o que foi sendo observado dizer que Marta é a figura do ano parece-me uma opinião a respeitar, e que respeito, mas sobre a qual tenho as maiores dúvidas.
Dúvidas que mais ficam vincadas quando recordo os episódios de Março e Abril sobre os ventiladores por exemplo, quando olho para os quadros de pessoal de certos hospitais do interior, quando sei que muito antes da pandemia, para se arranjarem luvas de borracha e outras coisas simples foi o que foi em certos centros de saúde do interior.
Eu não digo que está mal porque sim, por simples mau feitio ou por detractor sistemático. Não digo que está bem por ser amigo ou simpatizante, deixo isso aos que se esforçam em manter as sinecuras e programas e estarem disponíveis para futuras.
Acrescento, com recurso a experiência indirecta, que é experiência directa de uma filha e respectiva família, e de famílias de 3 sobrinhos, que nas últimas semanas foram apanhados pelo "bicho", verifica-se que o acompanhamento que lhes tem sido feito em casa e as orientações constantes tudo é de aplaudir. Aplaudir, agradecer, e registar, e têm-no feito não certamente por estar lá Marta Temido como ministra.
Entre Marta e o seu antecessor é óbvia uma diferença abissal, óbvia quanto a consistência segurança e clareza de objectivos. Percebe-se bem porque Costa a preferiu.
Figura do ano ????????????????
António Cabral (AC)
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