sábado, 7 de janeiro de 2023

A  EUROPA  NÃO  É  ISTO
Por puro acaso, na tarde de sexta-feira 23 de Dezembro, num dos intervalos de início de preparação do jantar de consoada cá em casa (a meu cargo), fui chamado para ouvir as palavras de um comentador tido por perito em assuntos de segurança.

Era a propósito do deplorável assassinato de várias pessoas em França, centro de Paris. Um crime hediondo perpetrado segundo percebi contra curdos vivendo em França. Vários mortos e feridos.

E a dada altura o comentador proferiu a frase com que titulo este texto - "a Europa não é isto".

Mas, interrogo-me, a Europa não é já muito disto? 
E há vários anos?

A Europa, um berço de quase tudo na história, revoluções diversas, desenvolvimento/ explosão industrial, avidez na procura de matérias primas, na expansão de mercados, colonialismo, guerras. 
Depois, no pós guerra, arranjar maneira para paz social, progresso, nada de armamentismo, os americanos tratariam disso, escudo protetor.

A Europa, depois da II GG, paulatinamente, iniciou passos para  chegar à CEE e mais tarde à UE. Alargamento.

Um dos primeiros passos contou com o plano Marshall, americano. 
A reconstrução. 
E, nessa altura, muitos dos miseráveis portugueses/ turcos/ marroquinos/ tunisinos/ argelinos/ etc., foram invadindo os países que hoje são o forte da Europa Ocidental. 
Alemanha que depois reunificou e cada vez mais forte à conta das exportações para o seu antigo império e para a China, mais a França, Bélgica, Holanda, Áustria, Luxemburgo, Itália, etc.
Ao Reino Unido iam chegando hordas não só mas sobretudo da Índia.

O colonialismo, a II GG, e a invasão pacífica de imigrantes para trabalharem na construção civil e que muito contribuiu para o esplendor de cidades como Londres, Amesterdão, Paris, Berlim, etc., estão na raiz do sobressaltado mundo contemporâneo. 
Nas facadas na rua, nas viaturas desabridas sobre passeios matando e ferindo, etc.
Não sei se neste exacto momento é ainda exactamente assim, mas não há muito podia dizer-se que a segunda maior cidade Turca estava na Alemanha, tal o montante de turcos idos para lá.

Procura de matérias primas desde a revolução industrial, procura de mercados, gaz e petróleo Russo e do Oriente, emigração brutal para a Europa, reconstrução, "bidonvilles" e coisas do género, e eis no que deu, no que está a dar, de Espanha à Suécia. 

Depois de erigido o Estado social sem quaisquer gastos em defesa, erigido o bem-estar na Europa Ocidental a Norte de Espanha, reformas, vida boa, agora queixam-se. 
Houve o Charlie Hebdo e muito mais até aos dias de hoje. 
De espantar? Não. 

Desarmamento, bem-estar, crescimento económico, .... mas que verdadeira integração dos argelinos, dos turcos, dos portugueses, dos marroquinos, dos tunisinos, por essa Europa fora? 
E, agora, com as hordas vindas do Norte de África, as vagas de migrantes e as redes de tráfico?

A Europa não é isto?  Hum ....
António Cabral 

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