A falta de polícia marítima na Praia de Carcavelos: um déjà vu
Aníbal Rosa, 09 Abril 2023, Diário de Notícias
Mais um verão se aproxima e no que diz respeito ao Security e Safety na costa portuguesa, tudo continua a piorar neste país à beira mar plantado.
A falta gritante de elementos da polícia marítima, muito por falta de recrutamento nos últimos anos, pelo envelhecimento dos operacionais e pela falta de vontade política do aumento da corporação, leva a que estes profissionais tenham de se desdobrar diariamente para poder acorrer a todos os incidentes registados na costa portuguesa.
O número de efetivos da polícia marítimajá não chega ao meio milhar, distribuídos pelo continente e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, com tendência a diminuir drasticamente nos próximos seis anos com a saída em massa dos elementos policiais recrutados há 25 anos atrás por altura da Expo 98.
Podemos afirmar com toda a certeza que, com os níveis de recrutamento dos últimos anos e a saída para a aposentação destes policias, o futuro desta corporação está gravemente ameaçado, o mesmo será dizer, condenada à extinção.
As missões existentes e o número de operacionais da polícia marítima disponíveis leva a que as mesmas sejam realizadas com elevado grau de perigosidade para os agentes, sem qualquer tipo de apoio no terreno, pondo em causa a sua integridade física como pudemos assistir, mais uma vez, na praia de Carcavelos há uns dias.
Nos vídeos que circularam nas redes sociais, somente dois agentes da polícia marítima de Cascais estavam disponíveis para a multidão de jovens enfurecidos que se encontravam na praia. Estes dois agentes corajosamente tentaram sanar os ânimos, tentando proteger quem era para proteger, mas sem possibilidade de fazer muito mais.
Este é efetivamente o exemplo dos 28 comandos locais da polícia marítima existentes no país, comandos sem efetivo, muitos só com um elemento policial, outros fechados à noite e a maior parte deles sem viaturas e meios aquáticos para operar! Uma vergonha nacional!
Perante cenários de violência gratuita como este, que vão crescendo um pouco por toda a Europa e que se repetem todos os anos nas praias da linha, o comando da polícia marítima anunciou com toda a pompa e circunstância que nos dias imediatamente a seguir, terá havido um reforço policial da mais agentes da polícia marítima em Carcavelos, mas a verdade, é que o reforço de mais dois homens, oriundos de outro comando, não chegam sequer para as "encomendas". Para além disso, a vinda destes homens em reforço para a polícia marítima de Cascais, faz com que o seu comando de origem fique desguarnecido, com menos duas unidades.
Senhores governantes deste país, de uma vez por todas, digam que Polícia Marítima querem para Portugal, pois nestas condições esta polícia já não tem capacidade para garantir a integridade física dos seus próprios homens e mulheres, quanto mais segurança do Cidadão.
Aníbal Rosa, Associação-Sócio Profissional da Polícia Marítima
Aníbal Rosa, 09 Abril 2023, Diário de Notícias
Mais um verão se aproxima e no que diz respeito ao Security e Safety na costa portuguesa, tudo continua a piorar neste país à beira mar plantado.
A falta gritante de elementos da polícia marítima, muito por falta de recrutamento nos últimos anos, pelo envelhecimento dos operacionais e pela falta de vontade política do aumento da corporação, leva a que estes profissionais tenham de se desdobrar diariamente para poder acorrer a todos os incidentes registados na costa portuguesa.
O número de efetivos da polícia marítimajá não chega ao meio milhar, distribuídos pelo continente e Regiões Autónomas dos Açores e da Madeira, com tendência a diminuir drasticamente nos próximos seis anos com a saída em massa dos elementos policiais recrutados há 25 anos atrás por altura da Expo 98.
Podemos afirmar com toda a certeza que, com os níveis de recrutamento dos últimos anos e a saída para a aposentação destes policias, o futuro desta corporação está gravemente ameaçado, o mesmo será dizer, condenada à extinção.
As missões existentes e o número de operacionais da polícia marítima disponíveis leva a que as mesmas sejam realizadas com elevado grau de perigosidade para os agentes, sem qualquer tipo de apoio no terreno, pondo em causa a sua integridade física como pudemos assistir, mais uma vez, na praia de Carcavelos há uns dias.
Nos vídeos que circularam nas redes sociais, somente dois agentes da polícia marítima de Cascais estavam disponíveis para a multidão de jovens enfurecidos que se encontravam na praia. Estes dois agentes corajosamente tentaram sanar os ânimos, tentando proteger quem era para proteger, mas sem possibilidade de fazer muito mais.
Este é efetivamente o exemplo dos 28 comandos locais da polícia marítima existentes no país, comandos sem efetivo, muitos só com um elemento policial, outros fechados à noite e a maior parte deles sem viaturas e meios aquáticos para operar! Uma vergonha nacional!
Perante cenários de violência gratuita como este, que vão crescendo um pouco por toda a Europa e que se repetem todos os anos nas praias da linha, o comando da polícia marítima anunciou com toda a pompa e circunstância que nos dias imediatamente a seguir, terá havido um reforço policial da mais agentes da polícia marítima em Carcavelos, mas a verdade, é que o reforço de mais dois homens, oriundos de outro comando, não chegam sequer para as "encomendas". Para além disso, a vinda destes homens em reforço para a polícia marítima de Cascais, faz com que o seu comando de origem fique desguarnecido, com menos duas unidades.
Senhores governantes deste país, de uma vez por todas, digam que Polícia Marítima querem para Portugal, pois nestas condições esta polícia já não tem capacidade para garantir a integridade física dos seus próprios homens e mulheres, quanto mais segurança do Cidadão.
Aníbal Rosa, Associação-Sócio Profissional da Polícia Marítima
Este artigo dá conta, superficialmente, de uma das muitas pouca vergonhas existentes em Portugal.
Pouca vergonhas que crescem, sob o olhar e riso patético do actual homem em S.Bento.
AC
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