Não sendo "ab initio" um movimento de esquerda, o imaginário do 25 de Abril foi totalmente capturado pela esquerda. Desde há muito que há "donos do 25 de Abril" que atestam o pedigree abrileiro de pessoas e organizações. Por exemplo, para, na data, desfilar na Avenida da Liberdade é preciso uma autorização dos que se consideram donos desta.
Li isto na blogosfera.
Não é completamente mentira, pois não? Ou estou equivocado?
Bem, na minha modesta opinião creio que é necessário referir pelo menos mais o seguinte:
1 - O 25 de Abril de 1974 foi um golpe militar, levado a efeito quase 100% por oficiais do Exército. Oficiais cansados da guerra, muitos dos quais já tinham tido pelo menos 2 e muitos 3 estadias (cada estadia 24 meses) a combater em África. E sim, creio que houve muito de corporativo.
2 - Para lá de caráter corporativo, em muitos oficiais cresceu a certeza de que a questão colonial não podia ser resolvida militarmente. Acertadamente.
3 - Estou convicto de que é correcto dizer-se que o PCP não teve participação no golpe militar.
Pessoalmente, parece-me mais correcto dizer - não teve participação directa.
Com isto quero dizer que estou convicto de que muitos oficiais tinham ligações pessoais a elementos do PCP e de outras forças até. Estou convencido que ninguém teve participação directa no golpe para além dos militares.
4 - Quanto ao que no texto supra se segue ao nome do general Spínola não tenho objeções.
AC
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