quinta-feira, 25 de julho de 2024

Acesso à BASE NAVAL de LISBOA (BNL) Alfeite
Como é sabido, a não ser por distraídos ou ignorantes, o acesso a instalações militares é controlado, sempre, mesmo para os militares no activo. Isto é assim, sempre foi assim, em Portugal e em todos os países. Por óbvias razões.

Nomeadamente depois da implosão da URSS, mas sobretudo depois do 11 de Setembro de 2001, as questões de segurança tornaram-se crescentemente um tema particularmente sensível, preocupante, alarmante. Em todo o mundo e particularmente no chamado mundo Ocidental. É assim, será cada vez pior, ponto final.

Esta introdução vem a propósito do que me foi transmitido pelo meu melhor amigo militar, e que é almirante, reformado.
Informou-me que ele e vários outros oficiais da Marinha (de guerra) na situação de reformados tiveram recentemente conhecimento de orientações oriundos da chefia da Marinha com acrescidas restrições no acesso à BNL no Alfeite.

Não há impedimento de acesso à BNL onde, desde sempre, muitos dos oficiais, sargentos e praças da Marinha fora do activo periodicamente ali se deslocavam, para matar saudades, ou para confraternizar com conhecidos ainda no activo. 
Até para mostrar os navios de guerra às descendências.

O meu amigo repetiu-me mais de uma vez, não há impedimento de acesso à BNL mas, infelizmente, lamentou-se, há um obrigatório e  muito burocrático processo a tratar com pelo menos uma semana de antecedência tendo em vista a eventual autorização do acesso à BNL.

O meu amigo, repito, almirante reformado, nada objecta quanto ao argumento acerca das razões de segurança avançadas pelo gabinete do actual Chefe do Estado-Maior da Armada e Autoridade Marítima Nacional, almirante Gouveia e Melo, para as determinações quanto a maiores restrições no acesso à BNL.

Mas o meu amigo vislumbra na decisão em causa mais um laivo do autoritarismo do actual chefe da Marinha.

Uma coisa parece evidente, à medida que reformados da Marinha se forem apercebendo das novas restrições, mais negativamente a medida securitária será recebida. 

Seguramente que, com esta medida, a chefia da Marinha mais ainda afastará todos aqueles que deram o melhor das suas vidas pela Marinha e pelo país. 
Provavelmente, serão cada vez mais os que não estarão para se maçar com a porventura excessiva burocracia securitária.

O meu amigo confidenciou-me acreditar que isso é certamente uma coisa que nada incomodará as actuais altas esferas na Marinha, preocupadas sobretudo com construções holísticas e outras jactâncias.
António Cabral (AC)

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