Têm prosseguido as audições na AR sobre o fantástico caso das gémeas brasileiras.
E, gradualmente, se vai ficando com a noção da pouca vergonha escondida, e que vários continuam a esconder, e vários a não acreditar que Suas Insolências possam ter feito o que não deviam ter feito.
Uma das últimas coisas mais interessantes de que me apercebi foi a prestação do inspetor-geral das Atividades em Saúde, o qual repetiu vezes sem conta, que o trabalho da Inspeção Geral das Atividades em Saúde (IGAS), se limitou apenas à avaliação da conduta dos estabelecimentos e entidades de saúde envolvidos, e não quanto aos responsáveis políticos.
O inspector salientou com meridiana clareza que não cabe à IGAS avaliar os responsáveis políticos. OBVIAMENTE.
Houve interferência política na marcação da consulta das gémeas luso-brasileiras?
Houve interferência política na marcação da consulta das gémeas luso-brasileiras?
Houve irregularidades de comportamento de governantes?
O homem foi directo, a IGAS não tem nada a ver com isso.
Como de costume os políticos gostavam que outros tratassem do que eles deviam fazer. Para continuarem santificados!
Pois trata-se do senhorrrrr Presidente, do senhorrrrr ex-PM, da senhoraaaaa ex-ministra, do senhor ex- secretárioooooo, etc.
A merda do respeitinho porque sim, cinzento e serôdio.
Ai eles não fariam uma coisa dessas!
Foi de certeza alguma ordinária ou algum ordinário, subserviente, e não eles, nunca eles!
O homem lembrou-lhes o que até a minha velhinha vizinha aqui na aldeia sabe - aferir as responsabilidades políticas são atribuições dos tribunais e da Assembleia da República.
E foi igualmente claro em outras coisas, como por exemplo - o acesso das crianças à consulta “desrespeitou as regras".
E também deixou claro - a instauração de mais processos de inspeção no âmbito do caso das gémeas, caso se verifique que as três entidades visadas pelas recomendações da IGAS (Hospital de Santa Maria, Ministério da Saúde e Infarmed) não as implementaram - tal como - admitiu a possibilidade de a IGAS abrir uma ação inspectiva, pois é preciso saber o que se passa, também para os decisores políticos olharem para o sistema de referenciação.
Creio que de todas as declarações do inspector ficou mais uma vez evidente quão reprovável foi a ainda não completamente esclarecida interferência política na marcação da consulta para as gémeas luso-brasileiras.
Mas é cada vez mais evidente a podridão que houve.
António Cabral (AC)
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