quarta-feira, 20 de novembro de 2024

Acabar com a impunidade
20 de novembro de 2024 às 00:31

Eduardo Dâmaso

Sócrates, dez anos de investigação, acusação, demolição da acusação, recuperação da dita pela Relação, dezenas de recursos, uma complexa geografia processual e delicada filigrana jurídica para salvar um caso que, na sua lenta progressão e objeto, desonra a democracia portuguesa. Não exprime só as dificuldades da Justiça. Essas, são óbvias. Mesmo assim, é a Justiça que salva a honra do convento. Teve a coragem de investigar um primeiro-ministro. Exprime, sobretudo, um legislador manhoso, que criou uma Justiça rápida e eficaz para julgar os crimes de sangue, mas também outra que se move a passo de tartaruga, refém dos alçapões criados no Parlamento para proteger a nata do regime. Exprime a hipocrisia dos que assistiram, impávidos e serenos, às tentativas de silenciamento deste jornal, e de todos os meios da então Cofina, através de um controlo gizado a partir da própria ERC, onde pontificava Arons de Carvalho. Também de um tribunal, onde estava uma juíza amiga de alguém, que decretou uma mordaça insólita, num momento em que Sócrates nos exigia milhões. Dez anos depois, assistimos, de novo, a tentativas de desacreditação dos investigadores que levaram Sócrates à prisão. Apesar disso, respira-se melhor, é certo, mas enquanto o julgamento não se realizar, a impunidade permanecerá
.

Absolutamente de acordo.
Um exemplo eloquente do caminho traçado por quem bem se sabe, caminho da corrupção, do compadrio, da pouca vergonha, sempre comandada pela célebre frase do "padrinho" - para os amigos tudo, para os inimigos nada, aos outros aplique-se a lei.

Notável como Arons prossegue, agora RTP.
Acredito que Sócrates sairá impune.
Portugal devia ser uma sociedade decente, mas é uma coisa!.
AC

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