SUBMARINOS
"Outro dia" em mais um daqueles artigos esparramado naquilo que persistem em nos querer convencer que é "referência" (???), escreveram que Gouveia e Melo quer mais dois submarinos.
O escriba passa por ser especialista (??) em assuntos de defesa e assuntos militares.
Já agora, convém de novo salientar que defesa nacional e forças armadas (FA) não são sinónimos. REPITO, não são sinónimos!
Já agora, convém de novo salientar que defesa nacional e forças armadas (FA) não são sinónimos. REPITO, não são sinónimos!
As FA constituem-se como um dos pilares da defesa nacional, é o pilar militar, a par de outros, como a diplomacia, economia, etc.
É o pilar militar . . . . até ver!
Muitos (eu escrevi muitos?) concidadãos se interrogam e não é de agora, quanto a questões militares e, por exemplo, em particular, sobre a questão dos submarinos.
Eu não sou especialista, sou um modesto mas de há décadas muito interessado cidadão nas coisas do meu país e também nestes assuntos porque, contrariamente à superficialidade com que a maioria quase tudo aborda, a necessidade da capacidade submarina que Portugal tem, e que desde 1913 conseguiu obter, é uma consequência directa da nossa história.
Tem a ver com a nossa posição geográfica, e até com as tradições marítimas.
Portugal, pela Marinha de Guerra até pouco depois do 25 de Abril de 1974 e daí para cá apenas pela designada por Marinha, antes da actual (os submarinos Arpão e Tridente construídos na Alemanha), teve 4 esquadrilhas:
1ª - 4 submersíveis, de construção italiana, entre 1913 e 1935,
2ª - 3 submersíveis, de construção inglesa, entre 1934 e 1950,
3ª - 3 submersíveis, de construção inglesa, entre 1947 e 1969,
4ª - 4 submarinos, de construção francesa, entrando ao serviço em 1967, um cedido depois ao Paquistão em 1975, e os outros três sendo progressivamente desativados a partir de 2000.
Natural e legitimamente que a esmagadora maioria dos cidadãos quando ouve referir certos números, certas despesas, se questiona - mas para que é que se precisa disto?
Como acontece habitualmente, poucos se questionam como lhe aparece a comida na mesa isto é, de onde vem o que aparece no prato ou está no frigorífico. Se é produzido em Portugal, ou é importado. Sabe-se dizer - está tudo tão caro. E de facto está!
E submarinos é das coisas mais caras que existem no mundo do chamado complexo industrial-militar.
A aquisição dos actuais dois submarinos (construção iniciada em 2005) foi bastante cara, e esta esquadrilha ao que se sabe tem desempenhado bem importantes missões.
Eu, que sou basicamente um leigo nestas matérias, há muito que me irritam os nossos políticos todos com muito escassas excepções.
Passaram 50 anos em Abril passado que o Estado Novo findou, que se abriu caminho para o processo de descolonização e, ESPANTOSAMENTE, nunca se tratou de definir com rigor se Portugal deve ter ou não Forças Armadas (FA).
Eu considero que deve ter.
E se a decisão fosse ter FA, então haveria que definir que FA.
Mas não, diminuíram-se efectivos, cada vez mais, e lentamente e particularmente desde Guterres PM que se foram asfixiando financeiramente as FA. Todos os governos até este em funções.
Vamos aguardar o que este fará.
Voltando a Gouveia e Melo mas sobretudo aos submarinos, mesmo um leigo percebe que um país como o nosso, com três áreas separadas, com uma imensidão de água sobre a qual tem jurisdição, devia ter principalmente uma Marinha decente que deve ter submarinos e uma Força Aérea decente, com nomeadamente capacidades de vigilância e controlo das nossa áreas costeiras e oceânicas, do nosso espaço marítimo interterritorial, das riquezas potenciais que jazem nos fundos.
E nisto os submarinos são também um elemento importante.
Acresce o que podem e devem fazer, nos planos da segurança directa como no da segurança alargada.
Mas quando, como vem acontecendo nos últimos 30/ 35 anos, a vida nacional é sobretudo um regabofe, regabofe esse que já deu como resultado o aparecimento de agremiações inarráveis, nada se estabiliza na sociedade portuguesa.
Quando,
- se vive alegremente com cidades com muito menos população que muitas freguesias,
- se deixam anos e anos erigir e manter umas coisas em que por fora as paredes são de tijolo à vista e chamam-lhes casas e bairros e onde à vista de todos vivem (??) pessoas na maior das indignidades,
- todos os anos a fiscalidade muda,
- em muitos locais permanece a INEXISTÊNCIA de saneamento básico e água canalizada,
- demoram mais de dez anos para decidir se sim ou não dados processos vão para julgamento,
. . . . . . . .
. . . . . . . . .
alguma vez o cidadão comum quer saber de Forças Armadas, de tropa, de submarinos? De cabos no fundo dos mares? de riquezas no fundo mar?
Quem vier atrás que feche a porta, certo?
Veremos se, quando baterem com a porta, as paredes não caem!
Aguardemos.
AC
Sem comentários:
Enviar um comentário