Já escrevi umas palavras sobre este tema que, estou convencido, a esta distância praticamente nada interessa à esmagadora maioria dos portugueses. Mas posso estar enganado.
Mas há uma vertente deste tema em que julgo estou certo: o assunto interessa e muito aos jornalistas, ao jornalixo, às comentadeiras que pululam nas TV.
E, natural e legitimamente, há algumas pessoas que se colocam como putativos candidatos. Até ao presente, parece claro que PCP apresentará candidato próprio, tal como vem sendo afirmado pelo PS e pelo PSD que os partidos terão candidato próprio. No caso do PSD até já foi definido - tem de ser militante do PSD.
Há relativamente pouco tempo realizou-se um congresso do PSD. Entre outras coisas creio que houve um momento caricato, Marques Mendes ter-se-á convencido de que o congresso o receberia em apoteose entronizando-o como candidato do PSD às próximas eleições presidenciais. Correu-lhe mal.
António José Seguro afiança estar a ponderar possível candidatura. Já teve duas ou três vozes importantes do PS a dizer que sim e outras vozes a dizer - talvez. E Pedrinho a tentar serenar a coisa.
Muita água correrá debaixo das pontes.
Possível "outsider" . . . . Gouveia e Melo.
Como já escrevi aqui no blogue tenho a sensação de que este actual chefe da Marinha anda a enganar os seus concidadãos, vai alimentando a chama - ai que eu candidato-me a presidente - uma chama que uns quantos ditos jornalistas aproveitam para o seu negócio. Nalguns casos "perdócio".
Mas estou convencido de que o que ele quer, MESMO, é que lhe proponham a recondução de mais dois anos a chefiar a Marinha, para tratar dos assuntos navais, dos drones, alertar-nos sobre os Russos etc. E ser assim um passo necessário para o que ele quer a seguir.
Esta questão, de acordo com a legislação em vigor, determina que até 27 deste mês de Novembro (ele foi empossado em 27 de Dezembro 2021, numa cerimónia escondida) o ministro também ele Melo mas Nuno de nome o chame ao gabinete, converse com ele, lhe agradeça o desempenho e lhe diga que em 27 de Dezembro - o senhor vai para casa ou aceita mais dois anos à frente da Marinha - e depois Melo o ministro vai ter com o nosso Primeiro Luís, que por sua vez dirá ao papagaio-mor - É este!
E se Gouveia e Melo não aceitar?
Se ele não aceitar terão que escolher outro.
Mas creio que vai aceitar, e que até dirá ao ministro Melo que aceita mas só se lhe garantirem que daqui a uns meses vai para o edifício no Restelo, como Chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas (CEMGFA).
Eu penso que os políticos e Marcelo o querem preso a lugar militar.
Penso que Luís Montenegro se está a borrifar se ele aceita ou não, pois Melo o almirante não o incomoda se ele se candidatar às eleições presidenciais.
O que pode sempre fazer mesmo depois de eventualmente ser CEMGFA, pois basta demitir-se desse cargo, a tempo.
Coisa que imagino fará, com elevada probabilidade, sobretudo se detectar por estudos e sondagens até Junho de 2025 que muitos portugueses serão sensíveis à sua candidatura.
Isto dito vejamos agora um desenvolvimento recente.
Teve lugar um badalado encontro entre os Melos, o Gouveia e o Nuno. Mas não foi no gabinete ministerial no Restelo para Melo o ministro perguntar a Melo o marinheiro - aceita mais dois anos à frente da Marinha?
Não, aparentemente Melo o ministro decidiu conversar com Melo o marinheiro num bar em Lisboa.
Melo o ministro falou de coisas de serviço e nomeadamente sobre a chefia da Marinha? Melo o ministro que é também o chefe do CDS.
Não se sabe, eu pelo menos não sei.
Naturalmente, o encontro foi fotografado porque alguém de um dos Melos ou dos dois alertou os jornalistas.
Claro que as especulações sobem.
Claro que as especulações sobem porque é esta a maneira do jornalixo trabalhar e, provavelmente, alguém ligado a um dos dois ou alguém dos dois bufou.
As especulações que por aí se podem ler vão mais ou menos no sentido que acima descrevi.
As especulações que por aí se podem ler vão mais ou menos no sentido que acima descrevi.
Há até menção a uma recondução de poucos meses no cargo.
Enfim, os jornais tentam vender. Pode entender-se.
Mas nisto tudo, a questão da chefia da Marinha, há uma coisa que me parece no mínimo ridícula.
Não, é mais do que isso, revela uma completa ausência de noção das responsabilidades, uma completa ausência de competência, uma completa ausência de sentido de Estado.
Refiro-me a Melo o ministro.
Já convocou Gouveia e Melo para ao abrigo da legislação em vigor lhe transmitir o desejo do governo em querer que vá para casa ou querer que continue no activo?
Aparentemente não aconteceu.
Devo concluir que Melo o ministro substituiu o que a lei define por uns copos num bar?
Quero presumir que é esta a triste realidade.
Mas nada de espantar nesta gente que há décadas anda por ministérios.
É também por este tipo de coisas que Portugal está como está.
Aposto que Gouveia e Melo está farto de rir.
António Cabral (AC)
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