terça-feira, 28 de junho de 2016

PASSED AWAY
Acontece, com raras excepções, depois de morto, aparecem os elogios.
Ainda há dias, faleceu um homem da minha profissão, controverso para dizer o mínimo, e vi um ou dois comentários que, não sendo expansivos, eram elogiosos.
Pela minha parte, que o conheci razoavelmente, não deixa saudades. Regra geral tinha um relacionamento com os subordinados abaixo de cão. Não se fazia rogado de, inclusive, ameaçar correr ao pontapé quem lhe desagradava. Antes do 25 de Abril. Adiante.
O que aqui me traz é uma muito triste notícia.
Deixou-nos um homem muito simples, afável, muito disciplinado, mas sempre ciente da justiça e da injustiça, do reconhecimento para quem o tratava como igual apesar da enorme diferença hierárquica.
Um muito bom profissional, um muito bom cozinheiro.
Um cidadão que sempre teve vida difícil, designadamente no plano familiar. Muito infeliz, as mais das vezes.
O Clarinha deixou-nos. Nunca o esquecerei, e não apenas porque comigo serviu, e muito me ajudou.
Paz à sua alma. Que descanse, finalmente.
AC

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