sexta-feira, 17 de junho de 2016

MEMÓRIAS do PASSADO: PEIXES, e "PRIMOS"

Desde jovem, a minha vida levou-me, em épocas diferentes e locais diversos no mundo, a conhecer muitos destes seres vivos, os peixes.
Vem isto tudo a propósito, também mas não só, de ter estado a olhar para o meu velho material de pesca na garagem.
E conheci e bem, também, os "primos", aqueles a que eu sempre gosto de designar por “peixes com casca”.
Que conheci pela primeira vez, na praia de Paço-de-Arcos, quando nas rochas em maré vazia andei com o meu avô materno há 60 anos a apanhar burriés e mexilhão.
Neste capítulo, e com décadas de vários “peixes com casca”, lembro com saudade celebérrimos jantares, em França, nas décadas de 70 e 80 do século passado, eu e outros a banquetearmos-nos com travessas enormes com montanhas de “fruits de mer”.
Mas, voltando aos peixes, na minha vida houve muitos episódios.
Desde noitadas de pesca à lula com uma simples toneira, ao largo de Sesimbra ou algures no Algarve, à pesca à linha em barragens, à pesca à linha em rios, à pesca selvagem nas ilhas dos Bijagós, na Guiné, dentro de um bote em alta velocidade, à pesca junto ás Formigas nos Açores, e por aí fora. Foram já muitas décadas.
Mas, voltando aos peixes, e olhando para uma fase menos longínqua da minha vida profissional, lembro com prazer e saudade, grandes grelhados, grandes peixes cozidos, grandes petiscos de forno e, muito ainda, peixes em mercados soberbos, em lotas, à chegada de barcos a horas tardias.
Lembro por exemplo, o salmonete, o peixe-galo, a abrótea, a solha, o linguado, o robalo, o bodião, a garoupa, o cherne (não o Barroso, vade retro Satanás), o mero, o carapau, a dourada, o lírio, o pargo. Lembro de ver chegar e desembarcar, anos atrás, nos Açores, os vários tunídeos.
Lembro-me ainda de belas cavalas, espadarte, goraz, besugo, pargo.
Grandes e saudosas memórias, de natureza visual e, em imensos casos, de natureza gustativa.
Saudades, memória.
António Cabral

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