sexta-feira, 11 de maio de 2018

CORRUPÇÃO
CORRUPÇÃO - acto ou efeito de corromper; estado do que se vai corrompendo; putrefação; perversão; prevaricação; adulteração; suborno; sedução.
Esta definição é de um velhinho dicionário, uma 4ª edição da Porto Editora, por J. Almeida Costa e A. Sampaio e Melo e com a colaboração de imensos e reputados especialistas.
A corrupção existe, desde sempre.
Em países ditatoriais, e em democracias nomeadamente as designadas de tipo ocidental.
Lembram-se que em 5 de Agosto de 1983 foi criada a Alta Autoridade para o Combate à Corrupção? Pois!
Corrupção. Vamos combatê-la em Portugal......a sério?
Antes do 25 de Abril havia corrupção e não era pouca, mas muita era de outro tipo da do presente. 
Nos tempos contemporâneos a malandragem aproveita-se eficientemente dos offshores e da globalização, e os colarinhos brancos gozam imenso em Países como o nosso em que a "governança" não legisla a doer e, sobretudo, não dá em tempo útil os meios humanos e materiais para combater o crime, mas a sério. No presente, muitos direitos, poucos ou nenhuns deveres, muitos doutores de Coimbra e Lisboa, muita advocacia! 
Além disso, sejamos sérios, quantas centenas têm comido à conta do senhor que recomeçou nos primeiros anos de 90 do século passado? Até podem começar por Presidentes da República.
Antes do 25 de Abril, houve quem comprasse muitos terrenos porque, directamente, determinava o espraiar da cidade para daí a pelo menos 30 anos ou, indirectamente, porque amigo daquele. 
Assim, percebeu-se mais tarde porque tanto terreno era deste e daquele, e onde por acaso se começou a construir nos anos 80 e 90 do século passado. Todos os filhos e netos estão bem obrigado.
E hoje? Parecido existe não é verdade, seja por se prever zonas de futuros hospitais, ou para aeroportos, ou terrenos das hortas passarem a urbanos, ou prédios que se vendem sem se saber que já tinham reconstrução luxuosa aprovada e quem comprou sabia e ganhou num ápice fortunas, etc.
Espantam-se alguns porque muitos PDM não estão em dia, ou não existem planos autárquicos disto e daquilo; e os governos assim continuam a fechar os olhos aos amigalhaços.
Espanto?
Antes do 25 de Abril houve quem não fosse para a guerra em África, porque era gente "importante" e, portanto, toca de fazer a tropa em Lisboa, que em África fazia muito calor. São conhecidos, vários andam por aí, mais velhos, armados em senadores, muito cabelo branco.
Outros, militares de carreira e não só, "por acaso" conseguiram fazer a guerra em Luanda ou Lourenço Marques quando, se calhar, pelas regras de então, deviam ter ido para a Guiné, coisa certamente muito mais desconfortável.
E no presente?
Não há guerra em África. 
Há muitas embaixadas, muitos embaixadores, muitos diplomatas, e vários cargos para militares em vários países. 
Imaginemos então, só por um instante, que beltrano fora escolhido para cargo em Bruxelas, e sicrano para cargo nos EUA. 
Oh diacho, não podia ser, não dava jeito nenhum, portanto era preciso aldrabar a coisa senão a mulher do sicrano já não podia ir para Bruxelas também, e além disso os EUA ficam muito longe. 
Então, aldrabou-se a coisa e lá se fez a troca entre eles e os cargos, tentando convencer beltrano que era tudo a bem do serviço. 
Esqueceram-se que o beltrano (e o chefe dele) não era parvo de todo e logo percebeu que havia marosca porca, muito porca. Calou-se quanto baste dentro da instituição. Esqueceram-se ainda por cima que beltrano conhecia familiares relacionados com sicrano e sabia das mescambilhas e ligações políticas de sicrana. Beltrano e chefe de então muito trocaram impressões sobre isto.
Antigamente, antes dos computadores, "ele" ia ás finanças e conseguia que os processos passassem para a parte debaixo da pilha na secretária do fiscal. Com os computadores é mais difícil mas consegue-se alguma coisa.
Portanto as coisas só nas aparências estão muito diferentes.
PS, os seus acólitos, os compadrios, e coisas não explicadas. 
Idem para PSD, CDS, e para os outros partidos todos ainda que em menor escala, julgo eu. 
Os portugueses, a maioria, não são corruptos nem se deixam corromper. Mas existem muitos que sim.
Se me vierem com a historia, à Marcelo, Costa e etc, de que  - são só casos isolados - nas IPSS, bancos, advogados, funcionalismo público, médicos, militares, policias, bombeiros, políticos, ex-titulares de órgãos de soberania, etc, etc, vão abaixo de Braga ou, como dizia na Guiné o meu bom amigo Rita infelizmente já falecido - vão apanhar naquele sítio onde as galinhas põem o ovo!
António Cabral (AC)

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