Num blogue que aprecio, porque abarca imensos e diferentes temas e mostra-se civilizado, uma estimada senhora colocou um texto referente aos srs deputados, concretamente quanto à questão dos subsídios e etc que recebem em cima do vencimento base.
Muito educadamente insurge-se quanto aos esquemas, á indicação de residência quando, em muitos casos, moram os srs deputados em Lisboa havendo até situação da caminha para dormir estar a pouco mais de 500 metros da AR.
Só se espanta quem anda a Leste deste esplendoroso paraíso à beira mar plantado.
Ingenuamente, a menos que tenha sido humor negro por mim não detectado, a senhora questiona-se se não se devia colocar o problema ao presidente da AR.
Pela minha parte fiz o seguinte comentário ao post da senhora:
"Bom dia minha Senhora.
O seu post tem toda a razão de ser, do meu ponto de vista, naturalmente. Mas, respeitosamente, perguntar ao presidente da AR? Pensa que é avisado? Ou está convencida que ele, como todos os interessados, como todos os titulares de todos os orgãos de soberania, não sabem perfeitamente disto e de muito mais da mesma natureza? Repare que digo - todos os orgãos de soberania, TODOS. António Cabral"
Este presidente lá colocado pelo PS, como aliás os seus antecessores, sabem perfeitamente da pouca vergonha.
Têm aliás na "casa" figurões com vários membros da família instalados à mesa do OE.
Chamar as coisas pelos nomes, chamar esta gentinha pelos nomes que devem ser chamados, é algo que não pode deixar de ser dito: malandros.
A CRP estabelece a liberdade de expressão, o pluralismo de expressão, não devendo ser infringida a honra e o bom nome de outrem como estabelece o código civil.
Mas, se indicar uma residência diferente daquela onde de facto se passa a maior parte do tempo, para poder auferir mais dinheiro, se isto não é malandrice, se não é esquema, se não é uma pouca vergonha, então o que é uma pouca vergonha?
Esta forma encapotada de ter um vencimento real diferente do formalmente definido não é uma pouca vergonha?
Não é malandrice?
Se não é, então neste desgraçado País a pouca vergonha é só quem tirar o fato de banho na praia e for ao banho?
Ou, apontar estas e outras coisas que são uma afronta aos cidadãos designadamente aos mais desprotegidos e desfavorecidos, é atentar contra a democracia, contra os eleitos, contra as instituições?
Ou, antes, e porque não expresso de forma ordinária e vil, não deverá ser encarado como legítimo grito de revolta por quem defende este regime, este Estado de Direito, e deseja que se melhore o sistema, que se eliminem as pouca vergonhas, se diminuam as iniquidades e as desigualdades?
Francamente, é difícil aguentar este estado de coisas e esta continuada pesporrência por parte destas ditas elites.
AC
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