segunda-feira, 11 de junho de 2018

PORTUGAL, MITO, REALIDADE, DEFESA, FA,  e  Etc (2)
(no dia 19 de Abril pp publiquei o post sobre este assunto)
Hoje acrescento mais umas palavras sobre o assunto, que é complexo, com conexões várias, e uma das áreas que os políticos TODOS desde o 25 de Abril de 1974 mais empurram com a barriga, em que mais fingem estar tudo bem, e moderno, e eficaz, e eficiente. Um esplendor.
Para este esplendor que está à vista alguma coisa têm contribuído de 1982 para cá alguns chefes militares. 
São co-responsáveis nas atrocidades praticadas pelos políticos, na incompetência dos políticos, políticos estes que são os responsáveis primeiros e não os militares, pelo estado em que está o "departamento" Defesa Nacional (DN). DN, uma coisa que para os políticos todos é sempre = Forças Armadas (FA).
E não é, longe disso, mas é a ideia, é a imagem, que sempre inculcaram e de propósito inculcam na maioria dos cidadãos. Maliciosamente, Matreiramente. Havendo quem se presta a fretes, ou aplauda na primeira fila políticos em campanhas eleitorais, naturalmente que os políticos têm a vida facilitada.

As FA constituem tão só a parte militar, repito, as FA são apenas a componente militar da DN.
A DN, em qualquer País, melhor dito, a política de DN, tem uma natureza global, como facilmente se perceberá se pensarem um bocadinho. 
Bastará uma política externa desastrosa para complicar a prazo a DN de um País.
Haja por exemplo uma dependência alimentar astronómica do exterior que não serão FA a resolver a questão. Idem para a energia.
A política de DN tem forçosamente um âmbito muito alargado, não só uma natureza global como já referido como para ela concorrem quase todos os departamentos ministeriais. Num País a sério, naturalmente!
Como já referido, as FA constituem a componente militar da DN mas esta inclui (repito, num País a sério) componentes não militares importantíssimas e, designadamente, a política externa, a política de educação, a cultura, o ordenamento territorial, a economia e as finanças (num País a sério não são desastrosas), os sistemas de transportes e de  comunicações,  a indústria, o comércio, o ambiente, a política de informação.

No meu desgraçado País, os Presidentes da República que por inerência Constitucional são Comandantes Supremos das FA e os Primeiro-Ministros especializaram-se (e cada vez mais) a passear pelo País sobretudo no Continente, a inaugurar ou a concluir tudo e mais alguma coisa. A grandiloquência é cada vez mais exaltante.
Creio importante os titulares dos orgãos de soberania Presidente da República e Governo não reinarem fechados nos gabinetes mas, penso que se ultrapassou já os limites da decência, do gasto desnecessário de dinheiros públicos, e exorbitam na demagogia e no egocentrismo, e nunca falam a sério de certas áreas decisivas para a sociedade.
As mais das vezes não falam! É o caso da DN, limitando-se a tiradas exageradas e a quase roçar o despropositado e nada proporcional quando em cerimónias.

A nossa Lei primeira é bem clara, é ao Governo/ Governos que compete a condução da política de DN. 
O que se tem visto por exemplo de 1991 para cá, quando começou o segundo Cavaquistão? E quando o PR era ainda o senhor Mário Soares, célebre entre outras coisas pelo - desapareça daqui!
Ao ponderar sobre DN vale a pena, entre muitas outras coisas ir ler, pesquisar. É duro, ando a fazê-lo.
Ler os Generais e Almirantes que ao longo dos anos se debruçam sobre o tema e em que depois alguns receberam/ recebem grandes elogios de Fernando Nogueira, António Vitorino, Rui Pena, Aguiar-Branco, Paulo Portas.
Ler a legislação que enquadra o tema (diabólico), ler por exemplo o actual Conceito Estratégico de Defesa Nacional (CEDN) e as versões anteriores, ler comentadores e pensadores (!!)

Porque, para lá de sempre empurrarem tudo com a barriga, cada vez estou mais convencido que os habilidosos como Costa ou os habilidosos do BE, CDS, PSD, PAN fogem como o diabo da cruz quando lhes colocam questões como:
Conceitos, ameaças e riscos, estratégia, segurança, alianças, reformas, que FA deve o País ter, organização, missões de interesse público, recursos, etc.
De uma coisa estou certo. Existem vários com postura intelectual muito digna escorreita e de enorme conhecimento que persistem em clamar de cabeça erguida contra  o actual estado de coisas que roça o trágico, mas existem também muitos que, emoldurando a coisa com dourados acabam apenas a fazer fretes aos políticos e aos titulares dos orgãos de soberania.
Moscas e moscardos, a varejar e a voar, alguns bem gordos que nada dizem ou refilam, o que não admira porque os seus mandam!
Por agora fico por aqui.
António Cabral (AC)

Sem comentários:

Enviar um comentário