Sabe-se que houve algo, desaparecido. Soube-se que mais tarde apareceu numa mata, com brindes extra.
Já não me lembro se, também a propósito disto, o PR declarou que foi feito tudo mas tudo, mas recordo-me de insistências da sua parte em querer saber o que aconteceu, e quem foi responsável.
Recordo-me que o Chefe do Exército, que continua no cargo, teve decisões imediatas sobre oficiais que até hoje parece que ainda ninguém descobriu suporte jurídico/ estatutário para elas.
Mas não veio mal nenhum ao mundo, creio que da parte dos visados não terá havido revolta extrema, recordo que dois generais bateram com a porta, o inefável ministro Azeredo mais o Presidente da República e o Parlamento continuam satisfeitos e contentes.
E recordo que para o PM e apesar de ter havido uns murros no estômago, ficou tudo dito e de forma sagrada.
Aparentemente, descobri agora, se calhar afinal o PR começa a estar irritado.
Será que já percebeu que, tirando uns soldados, a culpa morreu solteira e para variar, coloca-se a culpa no MP por nada estar aclarado? Os militares nada tiveram com o caso, a começar pelo topo da hierarquia. E decisões sem base estatutária também não é problema, como se tem visto. Não é problema para ninguém.
Será que já percebeu que o seu papel de Comandante Supremo das Forças Armadas é uma coisa muito "poucachinhaaaaaaaa"?
Será por tudo isto e, a fazer fé nos OCS, e por ver que alguns dos suspensos o ano passado vão ver melhores dias na carreira, será por tudo isso que saiu esta nota?
Nota da Presidência da República
No dia 4 de julho de 2017, foi divulgada uma Nota Informativa da Procuradoria-Geral da República, que expressamente referia:
«Face a notícias relativas ao desaparecimento de material de guerra ocorrido em Tancos foram, desde logo, nos termos legais, iniciadas investigações.
Na sequência de análise aprofundada dos elementos recolhidos, o Ministério Público apurou que tais factos, se integram numa realidade mais vasta.
Estão em causa, entre outras, suspeitas da prática dos crimes de associação criminosa, tráfico de armas internacional e terrorismo internacional.
Atenta a natureza e gravidade destes crimes e os diferente bens jurídicos protegidos pelas respetivas normas incriminadoras, o Ministério Público decidiu que a investigação relativa aos factos cometidos em Tancos deveria prosseguir no âmbito de um inquérito com objeto mais vasto a ser investigado no Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP)».
Volvido um ano sobre a data da ocorrência (28 de junho de 2017), que motivou a aludida nota, o Presidente da República reafirma, uma vez mais, a sua posição de querer ver apurados integralmente os factos e os seus eventuais efeitos jurídicos e criminais, para os quais é essencial o papel do Ministério Público.
Palácio de Belém, 28 de junho de 2018.
Oremos, aguardemos, suspiremos, tenhamos muita fé, lembremo-nos que somos os melhores dos melhores, que está a ser feito tudo mas tudo e ainda só passou um ano, o tempo da justiça é outro, e os estatutos valem o que valem, e tenhamos muita mas mesmo muita pachorra.
AC
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