domingo, 16 de setembro de 2018

TÉNIS.  US OPEN 2018
No passado dia 9 de Setembro coloquei um texto acerca da final feminina do torneio USOpen 2018.
Nesse texto penso que deixei claro na parte final o que penso e mantenho acerca de Serena Williams como atleta: é uma notável atleta. Como mulher e senhora e jovem mãe percebi que, infelizmente, terá tido fases da vida pós parto muito complicadas.
Também creio que expliquei razoavelmente a minha discordância quanto aos procedimentos de Serena para com o árbitro, ao qual dirigiu insultos que, na minha opinião, são inaceitáveis e ficaram bem documentados pelas câmaras TV. Câmaras que apanharam o treinador da atleta a fazer batota, dando instruções gestuais, câmaras, americanas, operadas por americanos, que depois nunca mais mostraram o treinador de Serena. Coincidências ? 
Já tive oportunidade de rever filmagens que apareceram depois sobre o tema. Creio que o treinador de Serena terá confirmado honestamente que sim, que fez determinadas sinalizações para dentro do campo.
Um aspecto que me parece relevante acerca de Serena, e vi muitos jogos dela, é uma atleta que nunca se dá por vencida, luta com denodo, e continuo convicto que durante os anos que leva, e que eu tenha visto, não tem por hábito estar a procurar o treinador nas bancadas. 
Talvez isso a tenha levado a dizer - não faço batota.
Mas uma coisa me parece "cristal clear": insultou violentamente o árbitro, depois de outras cenas também condenáveis, como muitas outras e outros ao longo dos anos têm feito. Mas creio que não é rotina insultos fortes aos árbitros.
Muitas pessoas, nos EUA e por esse mundo fora, incluindo em Portugal, vieram logo com a questão do sexismo, do racismo, da desigualdade entre homens e mulheres.
Isso existe, em Portugal, nos EUA, por esse mundo fora? 
Claro que ainda existe, o que é uma vergonha, apesar de ao longo dos anos haver evoluções positivas.
Mas existem, e são mais que lamentáveis, inaceitáveis.
Agora, ao mesmo tempo que alguns e algumas confessam reconhecer o profissionalismo do árbitro português Carlos Ramos, também podiam reconhecer que o comportamento de Serena foi altamente reprovável.
O meu ponto é só esse.
Ela partiu a raquete, como tantos fazem, por estar a jogar mal.
Carlos Ramos usou a lei em vigor no caso.
Ou, por ser Serena, e sobretudo ser no "court" querido dos americanos, devia fechar os olhos?
Depois foi em catadupa.
Querer tratar o caso nos planos do sexismo ou da falta dele, caucasiana ou não, mulher ou homem, cor da pele, ou dizer que Serena se indignou contra um sistema, parece-me deslocado.
Serena partiu a raquete porque persistem lamentáveis, inaceitáveis, desigualdades entre seres humanos, porque aqui e ali tem havido padrões de actuação diferentes? Bem...........
Do que vi pela TV, Serena irritou-se por estar a jogar mal e partiu a raquete. Ponto.
Há muito a fazer, a lutar, para diminuir o mais possível as diferenças, as desigualdades.
Mas parece-me que disfarçar um comportamento criticável enrolando a coisa no que de lamentável se passa no mundo é uma opção, que respeito, mas de que discordo. 
Oxalá Serena recupere, e continue por mais anos a jogar bom ténis e, muito provavelmente, irá dar bons contributos para combater nos planos e locais adequados, tudo aquilo de que eu também discordo, E MUITO.
AC

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